Culto à magreza na moda: a estética dos anos 2000

Letícia Tagliamento Por Letícia Tagliamento
3 min de leitura

Em meio ao revival da estética dos anos 00’s e a volta da tendência da ‘cintura baixa’, famosas como Kim Kardashian perderam peso e diversas influencers aderiram ao movimento “y2k” (A sigla significa year 2000 ou ano 2000, em português). Por outro lado, essas tendências que estão retornando aos holofotes, trazem de volta os debates sobre gordofobia e a pressão estética na moda por limitarem outros tipos de corpo à aderirem ao estilo.

Vídeos com a hashtag “#y2k” possuem mais de 7 bilhões de visualizações no TikTok, no qual, os internautas relembram o estilo e a estética dos anos 00´s, além de mostrar como adaptar tudo isso à moda atual. Há pouco tempo atrás, para a temporada de Verão 2022, Miuccia Prada aderiu ao comeback da tendência de 20 anos atrás e apresentou uma versão de microssaia com cós baixíssimo para a Miu Miu e a peça logo viralizou entre muita polêmica e análise. Modelos fora do padrão PP começaram a estampar capas de grandes revistas vestindo o look, como uma ideia de explorar, com certa ironia, um item tão presente no passado e criticar a moda antiga que havia uma modelagem tão restrita, no entanto, a marca de alta costura, Miu Miu, acabou sendo criticada porque em suas lojas a minissaia só é vendida até o tamanho 46 para os consumidores.


Modelo Plus Size, Paloma Elsesser, na edição Verão 2022 da i-D (Foto: Reprodução/i-D)


O fato de uma modelo plus size ter usado uma saia da Miu Miu só causou tanta polêmica pelo uso do item com tanta falta de pano apenas ser comum em corpos muito magros, que possuem uma barriga chapada e as pernas finas. Isso é mais uma prova de como as roupas minimalistas dos anos 00´s excluíam boa parte da sociedade. Paris Hilton, Britney Spears e Lindsay Lohan que eram consideradas ícones da moda na época estampavam corpos magros e eram consideradas símbolos de beleza.


(Hailey Bieber usando a minissaia da Miu Miu, com um corpo magro Foto: Reprodução: Prada)


Com a volta dos anos 2000, grifes de moda, como Jean-Paul Gaultier e a Chanel de Virginie Viard, já entenderam que não basta se conectar com as novas gerações apenas com a aparência das peças, mas é preciso criar um movimento verdadeiro de inclusão de pessoas reais. Para isso, modelos plus size estão cada vez mais estampados na indústria por justamente “quebrar” padrões estéticos que estiveram presentes por muito tempo.

 

Foto Destaque: Modelos da Victoria’s Secrets na passarela. Reprodução/ Getty images

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