A grife de luxo francesa Christian Dior foi acusada de apropriação cultural por usuários chineses e manifestantes, que alegam que a marca copiou o design de uma clássica saia chinesa centenária da dinastia Ming. Os manifestantes tomaram as ruas de Paris, no último sábado, em frente a loja da Dior, por não reconhecerem originalidade no design da saia plissada de lã e mohair, vendida pela marca por US$ 3.800 (cerca de R$ 19 mil). Os manifestantes ameaçaram, ainda realizar o mesmo movimento em cidades como Londres e Nova York.
A polêmica começou após comparações com o modelo da saia chinesa conhecida tradicionalmente como “mamianqun”, ou “saia de cara de cavalo”, porém a Dior descreve que é uma silhueta de sua marca.
Manifestantes com cartazes alegando apropriação cultural (Foto: Reprodução/Agora resposta)
Os manifestantes usaram cartazes com os dizeres “Dior, pare a apropriação cultural”, e “Este é um vestido tradicional chinês”, expondo dessa forma a indignação com relação ao “plagio” do design. As postagens sobre os protestos viralizaram nas redes sociais e chegaram a mais de 500 mil visualizações. De acordo com o tabloide Global Times, estudantes e manifestantes de outras cidades da França, da Itália e alguns da Espanha também aderiram à manifestação usando roupas características da história chinesa conhecida como Hanfu. Após a chegada da polícia, a manifestação foi dispersada em aproximadamente 10 minutos.
Os chineses tem profundo respeito com seus vestuários tradicionais, o modelo em questão teve início a mais de 1.000 anos, pois esse design da dinastia Ming, durou de 1368 a 1644, onde se destacou entre as mulheres dessa dinastia e também da dinastia Qing. As saias são comumente usadas pela subcultura “Hanfu”, por isso alguns manifestantes estavam caracterizados dessa forma.
A diferença entre a peça da Dior e da cultura chinesa está somente no comprimento, a versão chinesa vai até o chão e a versão da grife vai até o joelho. Diante dessa situação a Dior suspendeu a venda do produto.
Foto destaque: Manifestação sobre apropriação cultural contra grife Christian Dior. Reprodução/What’s on Weibo