Entenda a importância da identidade visual na moda

Geovanna Viana Por Geovanna Viana
3 min de leitura

Após assumir a direção criativa da Saint Laurent em 2012, Heidi Slimane retirou o Yves do logo da marca e trocou por uma nova fonte sem serifa (a antiga perninha no começo e/ou fim da letra), em negrito e apresentando mais espaçamento. No ano de 2018, ocupando o mesmo na Celine, a mesma fórmula foi usada e o gráfico no primeiro E do nome da grife foi cortado. Muitas pessoas não gostaram da mudança. Talvez mais pela atitude controversa do estilista do que pela alteração visual. 


Modelo para a marca Burberry. Foto: (Reprodução/Elle) 


Ainda em 2018, Riccardo Tisci tornou-se o diretor de criação da Burberry, após Christopher Bailey deixar o cargo. E adivinha? A identidade visual da casa britânica também mudou, para uma forma mais similar ao de Slimane nas duas marcas citadas acima. A repaginada, por sua vez, tem menos a ver com ego e mais sobre a adequação às demandas do mercado em determinado período. Neste caso, a preferência por uma comunicação gráfica mais moderna, está relacionada com a aceleração digital e com uma ideia de atualização e progresso. O que fazia muito sentido nas determinadas épocas. 

Em uma das entrevistas concedidas por Daniel Lee, diretor criativo de marcas de luxo, ele afirma que sua vontade era ser “mais fiel às origens da marca”. Não é à toa que, juntamente à uma nova tipografia, ele recuperou o antigo logo de sua marca com o desenho de um cavaleiro segurando uma bandeira com a palavra “prorsum” (em latim). Este símbolo foi adicionado à imagem no século 21, mas todo o restante é de 1902 e foi usado como logo da grife inglesa em grande parte de sua história. 

Assim como a Burberry revive o passado em seus últimos desfiles da semana, percebido após as primeiras coleções de Daniel Lee para a marca. Os trench coats estavam presentes, mas com forros em verde militar e não o conhecido xadrez usual. Tartan é o nome oficial daquele tipo de padronagem que fizeram aparições frequentes e com linhas mais espaçadas. 

E na busca por novas atualizações, muitas marcas caíram na mesmice. Todos com logos parecidos, somente variando em pequenos detalhes, a tendência da fonte helvética e da digitalização do mundo offline. Sair dessa ‘onda’ pode colocar a grife em um campo visual alternativo.

 

Foto destaque: Mudança no logotipo da Burberry. (Reprodução/Marketing Deluxe) 

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