A Lacoste anunciou no último dia 6, a partida da britânica Louise Trotter da direção artística da marca, que estava no posto desde 2018.
Louise havia entrado para substituir Felipe Oliveira Baptista, porém agora, a ex-diretora não será substituída. Ao invés disso, a criação ficará sob responsabilidade do “Studio collaboratif” (estúdio colaborativo), de acordo com o que anunciou a principal marca da MF Brands, que engloba Aigle, Gant, The Kooples, Tecnifibre.
O site FashionNetwork.com bateu um papo com Thierry Guibert, presidente da Lacoste, que contou mais detalhes sobre a nova estratégia.
“Quatro anos é um período bastante clássico de colaboração entre uma marca e um diretor artístico”, explicou o executivo responsável pela marca desde 2015. “Louise tem feito um trabalho marcante na criação das coleções e no desenvolvimento de alguns segmentos, como a moda feminina. Ela também trabalhou muito nos materiais, bem como na paleta de cores. E os resultados da marca hoje homenageiam isso“, explica o presidente.
Colaboração da Lacoste com A.P.C. Divulgação/Lacoste
A Lacoste não desfila na Semana de Moda de Paris desde 2021 e ainda assim a marca ultrapassou 2,5 bilhões de euros em seu faturamento.
“Trouxemos de volta a Geração Z e a os Millenials. E desenvolvemos uma série de colaborações e iniciativas, como a UNDW3, o que também nos conscientizou de que temos muitas comunidades criativas ao nosso redor, toda uma riqueza de criatividade. Então surgiu a pergunta: apoiar-se nessas comunidades seria o modelo do futuro da Lacoste? Isso permitiria que a aventura continuasse de uma maneira diferente. Acredito que as marcas que sobem de categoria para o premium ou o luxo devem contar com a criatividade, mas também com a influência. A influência por si só tende a ter um efeito de curto prazo e bastante devastador a longo prazo. A criatividade por si só também é problemática porque a influência atualmente permite que as marcas surjam entre os consumidores. Nossa abordagem é combinar ambos; precisamos nos concentrar nesse par: criatividade e influência. Os diretores criativos geralmente se concentram em sua própria criação e colaborar com outros criativos às vezes é difícil para eles. Acredito que devemos ir além desse limite e dar voz a pessoas criativas de todos os tipos para que nos acompanhem, mantendo nossa visão da coleção geral da Lacoste“, conta Thierry.
Estes grupos de artistas ou criadores contribuirão com suas visões e redes de contatos para projetos orientados pelo ateliê Lacoste, que hoje tem aproximadamente de 50 pessoas. Nos próximos dias, um novo diretor de estúdio chegará à sede da marca, que fica em Paris.
Foto de capa: As brasileiras Rachel Apollonio e Mari Gonzalez em campanha da marca. Reprodução/Instagram