Saiba quais os motivos que ainda fazem ter tanto plástico em nossas roupas

Jessica Santana Por Jessica Santana
4 min de leitura

Apesar de muitos de nós estarmos tentando diminuir ou parar o consumo de plástico no dia a dia, a área da moda ainda é bem problemática e contém uma grande quantidade desse material tão nocivo ao meio ambiente em suas composições. Segundo um levantamento da Textile Exchange de 2018, o poliéster é o tecido mais utilizado na indústria da moda em todo o mundo. Em torno de 60% de todas as roupas produzidas no planeta são feitas de plástico através de fibras sintéticas.

Esse percentual representa que mais da metade das peças da fast fashion são produzidas com plástico virgem, significando que um dos grandes responsáveis pela entrada de volumes de plástico no mundo é a indústria da moda. Isso vem causando um nevoeiro de plástico que está poluindo não só os oceanos, como também a água que sai das nossas torneiras todos os dias e a água engarrafada.


O plástico ainda é muuto presente na indústria da moda (Foto: Reprodução/ Freepik)


A introdução de microplásticos nas fibras para a produção de tecidos reduzem o custo na produção e favorecem a menor durabilidade das peças, contribuindo assim para a obsolescência dos produtos e promovendo um fluxo de compras mais acelerado, princípios fundamentais da fast fashion.

É muito importante lembrar que o plástico vem de combustíveis fósseis, estes que são os principais agentes das mudanças climáticas, ou seja, os tecidos sintéticos são grande parte do modelo de negócios das empresas de petróleo e gás. Josie Warden, chefe de design regenerativo da Royal Society for Arts de Londres estima que “Os materiais sintéticos devem constituir quase 75% de todos os têxteis até 2030” e afirma que estamos claramente indo na direção errada.


Ao serem lavadas, as peças liberam microfibras que acabam indo para o sistema de esgoto (Foto: Reprodução/ Pinterest)


As fibras sintéticas ao serem tecidas, podem desenvolver peças de roupas dos mais variados segmentos, como camisetas, vestidos, roupas de academia, roupas íntimas. Por não serem biodegradáveis, o efeito para o planeta é devastador, permanecendo na terra por centenas de anos até a sua total degradação, o que afeta diretamente os organismos vivos. A constante lavagem desses materiais faz com que as microfibras contidas nesses plásticos sejam liberadas por meio das máquinas ou dos tanques, indo para o sistema de esgoto e chegando como destino final aos rios, lagos e oceanos, contaminando o ecossistema da vida marinha.


O poliéster afeta diretamente o meio ambiente (Foto: Reprodução/ Pinterest)


A moda ainda tem uma dependência em relação aos materiais sintéticos e teve seu boom nos anos de 1940 – 1950 com o náilon e o poliéster surgindo no mercado como rivais diretos do algodão, lã e seda. Dada a quantidade de plástico já existente no planeta, uma opção melhor do que usar o plástico virgem é substituir pelo poliéster reciclado, que é feito de garrafas plásticas ou redes de pesca descartadas, mas não deve ser visto como uma solução de longo prazo.

https://inmagazineig2.websiteseguro.com/post/5-novidades-da-semana-do-mundo-da-moda-segundo-a-Vogue 

https://inmagazineig2.websiteseguro.com/post/O-que-sera-tendencia-na-moda-e-na-beleza-em-2022-segundo-o-Pinterest 

https://inmagazineig2.websiteseguro.com/post/Beyonce-posa-com-as-filhas-Blue-Ivy-e-Rumi-para-lancamento-de-colecao 


A passos lentos, as marcas estão determinadas a se afastarem completamente dos plásticos, usando materiais biológicos como eucalipto, algas marinhas e náilon biológico feito de óleo de rícino. Apesar de serem empolgantes, é demandado um certo tempo para que esses novos têxteis sejam produzidos em larga escala e a indústria da moda necessita abordar o seu consumo e peça uma etiqueta de advertência pela sustentabilidade que seja colocada em suas peças. É preciso abandonar a dependência do plástico convencional, definindo metas tangíveis.

 

Foto do destaque: Reprodução/ Pinterest

Deixe um comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

Sair da versão mobile