A moda tem grande influência na sociedade, por isso, utilizar o segmento para representar pautas políticas e educacionais se faz muito necessário atualmente. Um exemplo de marca que se destaca pelo seu comprometimento com causas socioambientais é a Tamã, um empreendedorismo brasiliense com designs feitos exclusivamente por indígenas e quilombolas.
Ao fundar a Tamã, há 4 anos, os empresários Cléber Oliveira e Ana Carolina Correia buscavam inovar a moda, com o propósito de valorizar a sociobiodiversidade brasileira através de produtos autênticos, conquistando espaço para talentos que antes não eram notados:
“Acreditamos que nossas roupas podem carregar e democratizar importantes mensagens e, por isso, trabalhamos desenvolvendo projetos em cocriação com associações e povos indígenas”, conta Cléber, biólogo e indigenista responsável pela marca.
Para ele, a Tamã tem como propósito representar a arte dos povos indígenas de forma consciente, rompendo a apropriação dessa cultura:
“A moda sempre se apropriou da cultura para vender. A Tamã, no entanto, utiliza elementos dos povos indígenas com a autorização, com acordo e com a repartição de benefícios. Estamos fortalecendo uma rede de povos tradicionais.” explica o biólogo.
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São 15 grupos indígenas ao redor do Brasil que fazem parte da equipe colaborativa da Tamã. Aldeias como Kayapó, Guarani e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) são alguns dos responsáveis artísticos por dar vida às peças da marca, que contam com roupas e acessórios com estampas autorais.
E não para por aí! Além de ser porta voz da arte indígena, a empresa tem um modelo de negócio que destina o lucro dos itens que são elaborados com design exclusivo para as comunidades tradicionais e projetos que apoiam a causa. Alguns dos itens comercializados têm até 100% da renda transferida para doações.
Este ano, a empresa conquistou um espaço físico com um stand de vendas localizado ao lado do Museu Nacional da República, na capital federal.
Foto destaque: Stand de vendas da Tamã. Reprodução/Instagram.