União de tendências streetwear e mercado de luxo traz o melhor dos dois mundos

Juliana Pequeno Por Juliana Pequeno
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Falando em moda, a maioria de vocês deve conhecer a tendência do streetwear, é um estilo que representa a essência urbana e cultural de cada comunidade ou tribo ao redor do mundo, porém o próprio conceito sobre o que podemos entender sobre o termo mudou. Com a crescente incorporação de elementos street pelo mercado de luxo, a moda de rua virou alta moda e vice-versa. “O que antes parecia absurdo, se tornou a nova norma”, disse o falecido diretor artístico da Louis Vuitton, Virgil Abloh, em entrevista à revista Dazed, em 2019.

No auge desse movimento mora um fenômeno de casualização da moda, potencializado pelo pós-pandemia, além de ter uma nova geração de pessoas consumindo que cresceu com o hip-hop, o skate e o surfe já parte do mainstream. Esses novos consumidores é o futuro que irá expandir o setor de luxo e cumpre o papel fundamental nos números de faturamento de marcas como Dior, Gucci e Balenciaga. Projeta-se que até 2025, as gerações Y e Z representem cerca de 45% do consumo total do segmento, de acordo com um estudo feito pelo Boston Consulting Group e Altagamma.


Foto de divulgação da marca. (Foto: Reprodução/Stüssy & Dries Van Noten)


Talvez a intenção de manter relevante e atrair a nova geração consumidora, as grifes tradicionais não só incorporaram a estética subversiva do streetwear, como também adquire o modelo de negócios das principais representantes dos setores responsáveis. Que não foge da lógica básica do luxo, citando os lançamentos pontuais que as grandes marcas usam como marjketing de forma  a lançar produtos limitados, a escassez gera exclusividade e o foco é voltado para o consumo de peças únicas o que conversa diretamente com as expectativas do público por novidades na velocidade da era digital. 

Os segmentos cultura de rua e artigos de luxo começaram a conversar entre si como forma de abranger o mercado e unificar os movimentos. Como exemplo disso em 2017, a gigante nova-iorquina Supreme uniu forças com a Louis Vuitton. No ano seguinte, a britânica Palace somou com a Ralph Lauren e, em 2019, a californiana Stussy colaborou com a Dior. Procuraram não se limitar apenas a camisetas, moletons e sneakers, afinal de contas, restringir a moda de rua à sua estética comum ou banal, é muito superficial. O termo streetwer que pode muitas vezes desqualificar ou rotular profissionais da área, não é só mais uma categoria, mas também um campo de referência social. E grifes de luxo sabem muito bem disso. 

 

Foto destaque: Desfile da Supreme x Louis Vuitton. Foto: Reprodução/Foto divulgação Supreme.

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