Clima esportivo olímpico permanece na mira da Dior para Paris Fashion Week

Coleção desfilada no Museu Rodin também expressou a força da mulher contemporânea

Bianca P. Athaide Por Bianca P. Athaide
4 min de leitura
Foto destaque: trecho do desfile da coleção primavera/verão 2025 da Dior, nesta edição da Paris Fashion Week (Reprodução/Youtube/FF Channel)


Há poucos dias, o Instagram oficial da Dior compartilhou um vídeo sobre a primeira escultura romana que desembarcou em Paris, no final do século 17. A imagem retrata a deusa da caça Diana – mais conhecida pela sua denominação na mitologia grega, como Artemis  – usando uma toga drapeada e uma bolsa com flechas no ombro. Essa publicação pode ter sido usada com uma prévia do que seria a temática da coleção apresentada pela maison no dia 24, terça-feira, na Paris Fashion Week.


Desfile da coleção primavera/verão 2025 da Dior, nesta edição da Paris Fashion Week (Foto: reprodução/Marie Claire)

Maria Grazia, diretora criativa da casa, aprofundou seu talento em vangloriar o protagonismo feminino e seus múltiplos arquétipos, durante as coleções mais recentes da Dior. E, com essa, não foi diferente. As criações desfiladas no imperial Museu Rodin a força e o poder das mulheres contemporâneas de uma forma figurativamente representadas pelas guerreiras amazonas.

Inspiração na vitalidade esportiva

O desfile da nova coleção começou com a arqueira Saag Napoli (Sofia Ginevra Giannì) atirando flechas dentro de uma estrutura de ferro e acrílico, bem no centro da passarela. O momento foi de maravilhamento para todos na plateia, menos para os seguranças da primeira dama francesa que assistiu a apresentação ao lado do CEO do grupo LVMH, ao qual a Dior pertence, Bernard Arnault. Talvez o tema esportivo possa ter sido também inspirado no alto investimento que o multimilionário realizou em investimentos nas Olimpíadas de Paris, que aconteceram em junho deste ano.


Desfile da coleção primavera/verão 2025 da Dior, nesta edição da Paris Fashion Week (Foto: reprodução/Marie Claire)

A interpretação de trajes esportivos nessa coleção é bem mais urbana e funcional do que em momentos passados. Com uma presença forte do preto e branco, as peças empregavam recortes, alfaiataria e tênis reconfigurados em formato de botas, praticamente prontos para qualquer combate da vida cotidiana. No comunicado à imprensa, Grazia declarou que seu intuito era abusar do conforto e praticidade das roupas esportivas, para reinventar peças clássicas do acervo Dior.

Elementos do passado

Durante a apresentação inteira da coleção, os fãs da etiqueta facilmente apontavam peças icônicas de sua história, reapresentadas de madeira moderna e mais utilitária. Um dos principais exemplos, que ao mesmo tempo, fez jus a pauta identitária da coleção, foi o novo modelo do clássico vestido Amazone, do inverno de 1952. A peça foi criada por Christian Dior com inspiração nos looks usados por sua mãe para cavalgar, daí inclusive a origem de seu nome.


Desfile da coleção primavera/verão 2025 da Dior, nesta edição da Paris Fashion Week (Foto: reprodução/Marie Claire)

Na nova coleção, os decotes assimétricos são inspirações diretas no desenho daquele modelo. 

Outro exemplo, foi uma estonteante jaqueta de couro de temática automobilística, que junto com outras peças de sobreposição da coleção, remeteram a resquícios de algumas peças da coleção de Inverno 2022.


Desfile da coleção primavera/verão 2025 da Dior, nesta edição da Paris Fashion Week (Foto: reprodução/Marie Claire)

Se o intuito de Grazia era explorar e evidenciar a importância do caráter funcional das vestimentas, com essa coleção, ela juntou o útil ao necessário e mostrou que para as mulheres guerreiras contemporâneas consigam performar no dia a dia, um visual despojada, pensado e calculado, é a resposta.

Sair da versão mobile