Nesta segunda-feira (3) a marca de luxo francesa apresentou sua coleção de meia-estação e o local escolhido para isso foi o jardim do castelo Drummond, no condado de Pethshire, na Escócia. Sendo essa a mesma cidade em que o fundador Christian Dior apresentou sua coleção de verão de alta-costura no ano de 1955. Além de plano de fundo, o castelo e a Escócia foram parte da inspiração para a criação das peças apresentadas.
Referências a cultura escocesa
Pode-se notar nitidamente que diversos símbolos regionais e elementos culturais foram utilizados como referência para várias das peças. Elementos como os unicórnios, os cedros, o tartan (padrão quadriculado de estampas, com linhas diferentes e cores variadas) e o argyle (padrão xadrez característico). A coleção é cheia de referências a armaduras, brasões, além de símbolos característicos escoceses que também estavam presentes.
Moda Medieval
Algumas peças tinham mensagens costuradas, as mangas bufantes, o tradicional xadrez, silhuetas bem definidas, vestidos e saias mais estruturadas, suéteres de cashmere, cintos e fivelas que criaram a narrativa que remete ao medieval, porém ainda com um toque moderno de Maria Grazia Chiuri. Os corsets, também ganharam uma interpretação moderna, chique e interessante. Ao pesquisar a história da Escócia, Maria ficou particularmente inspirada pela figura de Maria, rainha da Escócia. “Ela passou décadas bordando como meio de conforto e reflexão, mas também para se expressar durante seus 19 anos de prisão”, afirmou Chiuri.
A inspiração da moda medieval é vista na escolha das cores, cintos, acessórios e escolha dos tecidos que remetem diretamente aos trajes da época. O preto, roxo, verde, amarelo, branco e vermelho são as cores destaque para essa coleção que soube mesclar bem as estampas com as cores e acessórios. Maria Stuart ou Maria I (1542 -1587) acabou por meio de tecidos e bordados expressando seu pensamento político, linhagem e força. Então, dela vieram as referências aos trajes da renascença: às rendas, armaduras, brasões, vestidos de gala e tudo mais.
Fica clara também a referência grunge e punk na maioria dos looks apresentados na Cruise 2025. A mistura de elementos clássicos e mais modernos possibilitam que Chiuri abraçasse ambas as linhas do tempo através da coleção. E para além do xadrez e medieval, a contemporaneidade das composições pode ser vista. Já que mesmo com referências tão clássicas, Maria não deixou de entregar inovação e visão.
Além do seu trabalho de pesquisa como diretora criativa, Maria também convidou artistas locais para participarem da construção da coleção. Vários dos acessórios, tricôs e tweeds utilizados pelas modelos foram produzidos por designers escoceses. Maria Grazia Chiuri soube mesclar perfeitamente as referências históricas com a moda atual. Criando peças que conversam com a contemporaneidade, mas ao mesmo tempo contam um pouco da história da moda do país eu serviu de inspiração.
