Entre ruínas e luxo: Dolce & Gabbana apresenta coleção de Alta Moda 2025 no coração de Roma
A Dolce & Gabbana mais uma vez apostou no impacto histórico e visual para apresentar sua nova coleção de Alta Moda. Na noite da última segunda-feira (14), a grife italiana levou o universo da alta-costura para o cenário imponente do Foro Romano, em Roma. O espaço milenar, que já foi o centro político, religioso e […]
A Dolce & Gabbana mais uma vez apostou no impacto histórico e visual para apresentar sua nova coleção de Alta Moda. Na noite da última segunda-feira (14), a grife italiana levou o universo da alta-costura para o cenário imponente do Foro Romano, em Roma. O espaço milenar, que já foi o centro político, religioso e comercial da Roma Antiga, tornou-se uma verdadeira passarela a céu aberto, onde passado e presente se encontraram sob as luzes do espetáculo.
Desfile no Foro Romano
Localizado ao lado do Coliseu, o Foro Romano foi palco de julgamentos, discursos e celebrações desde o século VII a.C. Ao utilizar esse sítio arqueológico como cenário, a Dolce & Gabbana reforça sua tradição de incorporar a identidade cultural da Itália às suas criações. A escolha do local não foi aleatória: desde 2012, a marca vem realizando desfiles em cidades que representam o patrimônio artístico do país, como Taormina, Veneza, Capri e Milão. Essa trajetória, além de exaltar a diversidade estética da Itália, reforça a proposta de celebrar a moda como parte da própria história italiana.
Desfile da nova coleção de Alta Moda da Dolce & Gabanna (Foto: reprodução/Instagram/@dolcegabanna)
A coleção de 2025 foi marcada por referências diretas à Roma clássica. Com silhuetas imponentes, saias volumosas, construções que remetem à arquitetura da antiguidade e uma estética carregada de símbolos, a grife apresentou uma verdadeira homenagem à cidade eterna. Os tecidos escolhidos tinham um brilho quase sacro, evocando a liturgia católica, enquanto bordados com moedas, pedrarias e elementos dourados reforçavam o caráter artesanal e luxuoso das peças.
Moda como arte e memória
Um dos destaques foram as estampas que reproduziam esculturas e monumentos históricos, como a icônica Fontana di Trevi. Esses elementos imprimiram um forte senso de identidade às criações, traduzindo o espírito romano em roupas que flutuavam entre o clássico e o contemporâneo. A presença de corsets bordados, vestidos com caudas dramáticas e detalhes minuciosamente feitos à mão mostrou o comprometimento da grife com a excelência técnica e com a valorização dos saberes tradicionais da alta-costura.
Desfile da nova coleção de Alta Moda da Dolce & Gabanna (Foto: reprodução/Instagram/@dolcegabanna)
Além do impacto visual, o desfile também carregou uma mensagem simbólica: o de reconectar a moda às suas raízes, às histórias que moldaram civilizações, e aos ofícios que atravessaram séculos. Em tempos de efemeridade digital, a Dolce & Gabbana reafirma sua aposta na moda como expressão artística duradoura, capaz de dialogar com o tempo e de ocupar espaços que transcendem o universo fashion.
No final, entre colunas milenares e ruínas sagradas, o desfile se tornou mais do que uma simples apresentação de coleção, foi um manifesto estético, uma celebração do legado italiano e um lembrete de que a moda, quando bem narrada, pode se tornar parte da história.
