Duran Lantink assume a Gaultier e redefine o que é ser provocador

Duran Lantink estreia na Gaultier desafiando convenções, cruzando gênero e fetiche para reinventar a provocação e o futuro da moda contemporânea

06 out, 2025
Desfile de Duran Lantink| Reprodução/Getty Images Embed/Peter White
Desfile de Duran Lantink| Reprodução/Getty Images Embed/Peter White

Jean Paul Gaultier pode ter deixado o ateliê, mas o espírito rebelde da maison segue vivo  e agora com nova energia. Em sua estreia como diretor criativo da Gaultier, Duran Lantink não apenas honrou o legado do criador francês como o levou a um território ainda mais ousado. Com uma visão que mistura ironia, ousadia e crítica cultural, o estilista holandês apresentou uma coleção que desafia convenções e sugere um novo caminho para a moda contemporânea.

Lantink, conhecido por seu trabalho com reaproveitamento de tecidos e pela desconstrução de peças de luxo, trouxe à passarela uma reflexão sobre o próprio ato de vestir. Suas criações híbridas, sensuais e por vezes desconcertantes pareciam questionar o que é poder, prazer e identidade. O resultado foi um desfile que capturou o espírito do tempo e reposicionou a Gaultier como uma das vozes mais relevantes do presente.

Entre fetiche e liberdade: a nova provocação

A estética de Lantink não se limita à transgressão visual. Ela é política, emocional e profundamente contemporânea. As silhuetas revelam e escondem, os tecidos se sobrepõem em colagens improváveis, e o fetiche ganha contornos de liberdade. Há uma tensão entre controle e entrega,  um jogo que ecoa a dualidade da própria moda.


Desfile Lantink (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bertrand Guay)

Mais do que chocar, o estilista parece buscar um diálogo com as novas gerações, que rejeitam rótulos e exigem autenticidade. Cada look é uma declaração de independência: corpos diversos, sexualidades fluidas e narrativas que se libertam da lógica binária. É a provocação, sim, mas com propósito.

Um futuro que nasce do caos criativo

Ao assumir a Gaultier, Lantink prova que entende o poder da herança e da reinvenção. Sua estreia não é apenas uma homenagem a Jean Paul, mas um manifesto sobre o futuro da moda um futuro menos polido, mais real e radicalmente livre.


Desfile Lantink (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Victor Virgile)

Se o trono de “enfant terrible” precisava de um novo herdeiro, Duran Lantink o ocupa com coragem e sem pedir permissão. Ele não busca apenas provocar, ele propõe uma nova forma de pensar a moda, em que o desconforto vira ferramenta de expressão e o excesso se transforma em poesia visual. Sua estreia deixa claro que o futuro da Gaultier está em boas mãos: ousadas, inquietas e dispostas a questionar tudo o que parecia definitivo.

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