Nesta terça-feira (17), primeiro dia da semana de moda de Milão, a consagrada italiana Fendi apresentou sua coleção de primavera/verão 2025. O lançamento aspirou as comemorações do centenário da casa, que acontecerá oficialmente ano que vem.
Imerso em um clima nostálgico, a criação do diretor Kim Jones mirou no presente da marca, carregando ainda, sim, a influência da moda da década de 20, que reflete no jeito que nos vestimos até hoje. Em nota aos jornalistas, o estilista evidenciou a importância cultural da época e suas consequências diretas no universo da moda. Como exemplo, Jones citou o movimento modernista, que ocorria ao mesmo tempo, da revolução de modelagem na indústria, com peças mais fluidas, tanto em questão de corte e tecido, como em gênero e modelagem, com movimento e liberdade sendo priorizados.
A coleção
A Fendi apresentou um conjunto de peças que carregavam ao todo uma energia suave — a sensualidade, somada aos tecidos leves e as cores neutras, ficou por encargo das transparências, evidentes durante toda a continuidade do desfile.
O manifesto modernista fica evidente para entendedores quando a passarela italiana é tomada por uma série de vestidos de organza de cintura solta. Um protagonismo fica sob encargo de alguns slips “dress”, peça revolucionária da década de 20, por não evidenciar as curvas do corpo feminino.
O visual aparentemente descompromissado em momento algum é sinônimo de algo simples. Os bordados foram o destaque da marca em quase todas as semanas de moda deste mês. Trabalhados a mão, florais e pedras brilhantes, sobre tecidos extremamente leves, como e tule, adornavam a maioria das peças da coleção.
Além disso, o styling das modelos foi executado em coesão com o resto da coleção. Com uma presença de sapatos de salto alto quase nula, as modelos atravessaram a passarela com maquiagens neutras e poucos acessórios.
100 anos de casa
A Fendi foi fundada em 1925, por Adele Casagrande e seu marido Edoardo Fendi. O casal abandonou o antigo negócio focado em couro e se especializaram em moda feminina, para que hoje, a etiqueta fosse uma das mais reconhecidas internacionalmente.
Enquanto as modelos desfilavam ontem em Milão, a trilha sonora que preenchia o ambiente era da filha e neta do casal, Anna Fendi e Silvia Venturini Fendi. No áudio, ambas relatam como a matriarca da família era a energia regente da marca e como expandiu seu negócio por toda Roma. E, em uma forma de homenagear, Kim Jones resgata essa força feminina tão presente tanto na família, quanto na marca Fendi.