Exposição no museu Yves Saint Laurent de Paris destaca a importância da transparência para o designer

Nia Franca Por Nia Franca
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Foto destaque: Peça transparente Saint Laurent — Instagram @ysl

Sabemos que a moda constantemente anda em equilíbrio entre duas tendências máximas que coexistem simultaneamente e sub tendências derivadas das macros. Foi assim no ano passado, em 2023, com a ascensão do “balé core” e “coquette girl” — ambas hiper femininas— e o início das “messi gilrs” e o “dark feminino”, que trazem esse lado mais sombrio da beleza feminina.

Com isso podemos entender que ao passo que seguimos com essas tendências do “quiet luxury”, ou seja, essa moda mais clean e tranquila, também temos do outro lado uma tendência bem ousada, que foi vista nas semanas de premiações, como o Oscar, e que está sendo explorada na exposição do Museu Yves Saint Laurent: a transparência.



A exposição ” Transparences” estará em cartas até 25 de agosto. Nela revisitamos a história da marca e entendemos melhor sua relação com a transparência.

Mamilos a mostra



A marca em conjunto com seu estilista Yves Saint Laurent, foi a primeira a introduzir a transparência nos seios femininos de suas roupas, na coleção de verão de 1968. A peça em questão fazia parte de uma composição unissex e curiosamente não tinha por objetivo ser sexy, provocante nem insinuante, sendo ela combinada com um conjunto de smoking com bermuda.

O objetivo de Yves nunca foi decair para vulgaridade, sendo muito cuidadoso ao criar designers delicados, com tules, veludos e outros detalhes essenciais para manter o equilíbrio nas peças — até mesmo certos toques de androgenia.



Importância histórica

Na mesma coleção, o “Nude Look”, de 1969, Laurent também brincou com a ideia da exposição do corpo feminino como algo muito além de mero objeto fetichista. A nudez estava ali como forma de expressão artística e libertação. Um exemplo disso foi o vestido com plumas de avestruz na região pélvica, fazendo alusão aos pelos pubianos.

A exposição no museu de Paris conta com 40 peças, entre roupas e acessórios, e passeia por todos esses picos históricos da marca, mostrando sua relação íntima com a transparência de forma elegante e não vulgar, que contribuiu e muito para a emancipação do corpo feminino.

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Escritora e redatora
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