Na contramão do que preconizam outros conglomerados do luxo, a Hermès utiliza listas de espera e outras estratégias, como por exemplo o histórico de compras do cliente e a relação de longo prazo que estes estabelecem com a marca, para enaltecer a exclusividade de seus produtos mais cobiçados.
Com foco nos consumidores de altíssima renda, o grupo entendeu que seu público, além de fiel, adora se sentir único, tanto que os analistas do Banco HSBC, no último mês de março, denominaram essa estratégia como ‘modelo econômico único’, pois é um modelo que destaca a raridade dos artigos.
Já a LVMH, vice-campeã no ranking, aposta num portfólio diversificado e na expansão agressiva de seus artigos, estratégia que não se mostrou potente na realidade atual desse mercado.
Relação com o cliente e restrições de venda
A estratégia de venda dos produtos rendeu à marca ações judiciais nos Estados Unidos. Consumidores alegam violação às leis americanas, ao serem informados que a bolsa Birkin era vendida apenas aos clientes denominados qualificados, ou seja, aqueles que “apoiam” o negócio, efetuando a compra de outros produtos e acessórios.
Bolsa Birkin laranja (Foto: Reprodução/Edward Berthelot/Bloomberg/Getty Images Embed)
Com 315 lojas exclusivas espalhadas pelo mundo, a gigante de luxo não vende seus produtos no formato online. As compras estão limitadas às lojas físicas, utilizando as famosas listas de espera, que podem durar até um ano, para controlar a demanda.
A bolsa Birkin, fabricada em couro artesanalmente, pode variar seu preço entre US$ 10 mil a US$ 1 milhão. James Firestein afirmou, em 2024, à revista Fortune que a bolsa teve uma valorização de 14,2% ano ano entre 1980 e 2015.
Outras estratégias da Hermès
Desde sua fundação, em 1837, a marca tem extremo cuidado com a qualidade, tradição e atemporalidade, reajustando, de forma contínua, os preços de seus produtos.