Maison Margiela e Miley Cyrus: marca lança primeira campanha com celebridade
Desde sua fundação, em 1988, por Martin Margiela, a Maison Margiela manteve um código rigoroso de anonimato, evitando entrevistas e rostos famosos em suas campanhas. Pela primeira vez sob a direção criativa de Glenn Martens, a grife belga apresenta sua campanha de Outono/Inverno 2025 estrelada pela cantora pop Miley Cyrus, em retratos assinados pelo fotógrafo […]
Desde sua fundação, em 1988, por Martin Margiela, a Maison Margiela manteve um código rigoroso de anonimato, evitando entrevistas e rostos famosos em suas campanhas. Pela primeira vez sob a direção criativa de Glenn Martens, a grife belga apresenta sua campanha de Outono/Inverno 2025 estrelada pela cantora pop Miley Cyrus, em retratos assinados pelo fotógrafo Paolo Roversi.
A série de imagens mergulha a artista norte-americana em um clima intimista e carregado de simbolismo: em alguns cliques, Miley Cyrus surge com o corpo pintado de branco, essa arte busca fazer referência à técnica bianchetto introduzida em 1989, que aplica tinta sobre couro preto para depois revelar gradualmente a superfície escura. Nas composições, as icônicas e memoráveis botas Tabi pintadas equilibram tradição e ruptura, criando um jogo entre revelar e ocultar.
Miley como representante
Essa escolha de Miley Cyrus não surgiu por acaso: desde 2023, a artista já incorporava criações da maison em momentos marcantes, como na performance de “Used to Be Young”, no tapete vermelho do Grammy 2024 e na festa pós-Oscar em 2025. Agora, ela assume oficialmente o papel de rosto da marca, oficializando uma relação que conviveu discretamente nos bastidores.

Miley Cyrus para Maison Margiela (Foto: reprodução/Instagram/@masionmargiela)
Ao mesmo tempo, em que sinaliza uma abertura inédita ao trazer uma estrela global, a campanha mantém viva a essência enigmática da Maison Margiela. Em várias imagens, o rosto de Miley está encoberto por sombras ou tecidos, uma homenagem direta ao DNA discreto e coletivo que sempre guiou a casa.

Miley Cyrus para Maison Margiela (Foto: reprodução/Instagram/@masionmargiela)
Um caminho a traçar
Ao colocar uma estrela global no centro da narrativa, a grife não apenas celebra sua veia subversiva, mas também dá um passo estratégico rumo a colaborações multifacetadas. Esse movimento sinaliza um futuro em que Margiela poderá explorar edições limitadas com artistas de diferentes universos, instalações performáticas que mesclam moda e música ou até mesmo projetos digitais que joguem com a invisibilidade e o estrelato. Trata-se de um convite explícito para repensar o papel do criador, do rosto e do público, abrindo caminho para um diálogo vivo entre anonimato e projeção midiática.

Miley Cyrus para Maison Margiela (Foto: reprodução/Instagram/@masionmargiela)
Um momento que vale recordar é como a Maison Margiela vem sendo reconhecida pela nova geração por conta das botas Tabi. Em 1989, Martin Margiela reinterpretou essa silhueta nipônica ao criar a Tabi em couro, com biqueira dividida e salto confortável, evocando a impressão de um pé descalço apoiado em salto. Apresentada no desfile de primavera-verão da Maison Margiela, tornou-se uma peça de culto, reaparecendo em todas as coleções da grife e conquistando fashionistas ao redor do mundo pelo seu design vanguardista e subversivo.

Miley Cyrus para Maison Margiela (Foto: reprodução/Instagram/@masionmargiela)
Na campanha Outono/Inverno 2025, a bota Tabi aparece repaginada. Em forma de salto preto, a peça central que une a herança Margiela ao olhar contemporâneo de Glenn Martens. Em vários retratos de Paolo Roversi, Miley Cyrus calça o modelo clássico em couro preto com a biqueira bipartida bem evidente.
