De comprimento micro e deixando as pernas das mulheres à mostra desde os anos 60, a minissaia foi a peça de escolha das brasileiras no desfile da Miu Miu, que ocorreu nesta terça-feira (05), no último dia da Semana de Moda de Paris. As influenciadoras, Bianca Andrade, Malu Borges e Kelly Piquet, foram conferir a coleção inverno 2024 da marca italiana com o mesmo modelo de minissaia.
A minissaia Miu Miu
A marca italiana Miu Miu, subsidiária da renomada grife Prada, revelou as peças de sua nova coleção em Paris. A marca, cujo nome foi originado do apelido da família para sua estilista chefe, Miuccia Prada, trouxe roupas e acessórios que refletem o desenvolvimento das pessoas ao longo da vida. O desfile foi assistido por várias celebridades, incluindo famosas brasileiras, que vestiram minissaias para o evento.
Bianca e Malu optaram por uma minissaia feita de lã em tom de azul marinho com um cordão branco para ajustar a cintura.
Já a versão usada por Piquet é preta, feita de nylon e com babados e rendas, conferindo à peça uma estética ainda mais coquette, estilo romântico que conquistou os corações da geração Z e das celebridades. Ambos os modelos usados pelo trio de brasileiras, têm apenas 22 centímetros de comprimento.
A saia promete ser uma tendência nos closets brasileiros. O modelo usado pelas influenciadoras, chega ao país por R$8 mil, mas a versão de babados não está à venda em terras tupiniquins. Mas no e-commerce europeu da Miu Miu é possível adquirir a peça por €2.650, que equivaleria a R$14 mil, na cotação atual.
A história da peça
Quando a minissaia surgiu em 1964, foi tanto um sucesso quanto um escândalo na moda feminina. Nascida das tesouras do estilista francês André Courrège, o comprimento das saias de verão subiu cerca de 15 centímetros acima dos joelhos. Mas foi a estilista britânica, Mary Quant, conhecida por seus desenhos de vestidos e saias curtíssimos, que transformou a peça em tendência entre os jovens sessentistas.
No Brasil, a nova moda foi espalhada por nomes importantes do movimento da Jovem Guarda. A peça foi sucesso no vestuário de cantoras como, Elis Regina e Wanderléa, que ajudaram o estilo a se popularizar entre as jovens, que adotaram a pequena saia como uma das principais peças de seus guarda-roupas. Lembrando que os anos 60 no país foram marcados por forte repressão, já que foi o auge da Ditadura Militar.
A peça representa liberdade às mulheres, não se atendo à tradição de saias longas ocultando as pernas e restringindo movimento. Mas tal qual a dúvida de quem foi o verdadeiro pai da aviação, há controvérsias quanto à gênese da minissaia. Em 1956, o artista brasileiro Flávio de Carvalho já previa a revolução na moda e desfilou nas ruas de São Paulo com uma minissaia, blusa solta, cropped e com manga de sino, dizendo que era o traje ideal para trabalhar e se mover pela metrópole no clima tropical.
Mas seja na Europa ou no clima, a minissaia, apesar de seus 60 anos de existência, é uma peça que está sempre presente. Representante de rebeldia e um símbolo do feminismo, é uma peça que convida as mulheres a abraçarem sua sensualidade e fazer uma declaração de moda. A pequena saia, ao que tudo indica, terá uma vida longeva na moda feminina.