NYFW Dia 6: Ousadia, minimalismo e raízes tropicais marcam a temporada

No sexto dia da New York Fashion Week, a moda reafirmou sua capacidade de ser múltipla, contraditória e, acima de tudo, emocionante. Da exuberância maximalista ao silêncio refinado do minimalismo, os desfiles de LaQuan Smith, Bevza, Lii e PatBO provaram que os opostos não apenas coexistem — eles se potencializam. Em um momento em que […]

18 set, 2025
Foto destaque: Desfile no NYFW conta com marcas como: Lii e PatBO (reprodução/Instagram/@l__i_i/@patbo)
Foto destaque: Desfile no NYFW conta com marcas como: Lii e PatBO (reprodução/Instagram/@l__i_i/@patbo)
Nova coleção de marcas no NYFW

No sexto dia da New York Fashion Week, a moda reafirmou sua capacidade de ser múltipla, contraditória e, acima de tudo, emocionante. Da exuberância maximalista ao silêncio refinado do minimalismo, os desfiles de LaQuan Smith, Bevza, Lii e PatBO provaram que os opostos não apenas coexistem — eles se potencializam.

Em um momento em que o público busca autenticidade e personalidade, a semana de moda nova-iorquina se fortalece justamente nas diferenças que cada criador imprime em suas coleções.

LaQuan Smith: Sedução com sofisticação

Conhecido por seu domínio do glamour noturno, LaQuan Smith trouxe uma nova camada de sofisticação à sua estética sensual e poderosa. Inspirado por uma figura feminina que mescla força e vulnerabilidade, o estilista apresentou uma coleção que equilibra o artesanal e o audacioso seguido por peças que exploram contrastes materiais: chiffon etéreo ao lado de couro croco, organza com brilho frente ao peso da camurça sintética.


Desfile de LaQuan Smith no NYFW
Desfile da LaQuan Smith (Foto: reprodução/Instagram/@style__echo)

Destaque para os conjuntos em couro entrelaçado e a ousada releitura da camisa oversized em organza. A novidade da temporada ficou por conta da introdução de elementos de alfaiataria como calças cigarrete e blazers de risca de giz que, mesmo dentro de uma proposta mais pragmática, mantiveram a assinatura provocativa da marca.

Bevza: Modernismo Ucraniano como ato de resistência

Em uma apresentação profundamente pessoal, Bevza mergulhou nas raízes ucranianas para criar uma coleção marcada pelo rigor geométrico e pela força simbólica. Inspirada pelo modernismo de Kazimir Malevich, a designer explorou o minimalismo com densidade emocional, destacando elementos como o trigo símbolo de fertilidade.


Apresentação da Bevza na NYFW (Vídeo: reprodução/Instagram/@bevza)


Vivendo em Londres desde 2023 por conta da guerra, Bevza fez da passarela um espaço de pertencimento e resistência, celebrando a próxima abertura de sua loja em Kyiv como um símbolo de renascimento. A coleção, ao mesmo tempo austera e poética, reafirma o papel da moda como ferramenta de expressão política e cultural.

Lii por Jiané Li: A força do silêncio

Com sua estreia solo em Nova York, Jiané Li trouxe uma aula de minimalismo inventivo com a marca Lii, mostrando que simplicidade e inovação caminham juntas. Inspirada pelo filme Memoria, de Apichatpong Weerasethakul, Li traduziu a ideia de memória sonora em peças que exploram o movimento e a estrutura de forma surpreendente.

Dessfile de Lii no NYFW
Desfile da Lii na NYFW (Foto: reprodução/Instagram/@l__i_i)

Entre os destaques, uma saia lápis azul que se abria em um quadrado verde esmeralda. A colaboração com a Nike trouxe ainda mais camadas à coleção, como um parka feito do material das bolsas de golfe da marca e jaquetas cropped com modelagem arredondada. Lii reafirma que o futuro do minimalismo passa por precisão, conceito e emoção.


PatBO: O Brasil em festa

Encerrando o dia em clima de celebração, a PatBO transformou a passarela em um jardim tropical com sua coleção Verão 2026, intitulada Latin Soul. Sob a direção criativa de Patricia Bonaldi, a marca reafirmou o poder do design brasileiro com uma proposta que mescla romantismo, sensualidade e exuberância.

Modelos usam looks de PatBO em desfile no NYFW
Desfile de PatBO na NYFW (Foto: reprodução/Instagram/@patbo)

Os bordados marca registrada da grife ganharam protagonismo absoluto, com pétalas de tecido e cristais formando flores e penas sobre biquínis, vestidos e saias. O balonê voltou com força, ao lado de babados, crochês e estampas em petit poá. A estreia da linha de calçados trouxe ainda mais impacto visual, com saltos metálicos, plumas e plataformas que completaram o show e os looks de convidadas como Sofi Tukker e Ingrid Guimarães.

A NYFW Dia 6 deixou uma mensagem clara: a moda vive um momento de pluralidade criativa, onde não há espaço para fórmulas prontas. O que une essas vozes tão distintas é a coragem de ser autêntico. Seja nas noites sensuais de LaQuan Smith, na sobriedade engajada de Bevza, na elegância silenciosa de Jiané Li ou na exuberância tropical da PatBO, a semana de moda nova-iorquina prova que o verdadeiro luxo é ter ponto de vista.

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