Palco da alta-costura se acende para uma nova edição inesquecível
De Schiaparelli a Germanier, a alta-costura de Paris mistura tradição e futuro. A parceria brasileira de Silvestre destaca o artesanal com impacto social e visual único.
Paris volta a ser o centro do luxo e da ousadia com o início da Semana de Alta-Costura de outono/inverno 2025–2026. O evento acontece entre os dias 7 e 10 de julho, com desfiles ao longo do dia em diferentes pontos da cidade. Ao todo, 27 maisons participam do calendário oficial, exibindo coleções que celebram o feito à mão, a exclusividade e a liberdade criativa que define a alta-costura. Os desfiles são presenciais, mas muitos também ganham transmissão online, ampliando o alcance da experiência.
O surreal toma a passarela no primeiro dia de desfiles
A estreia desta edição fica por conta da Schiaparelli, que já transforma a manhã parisiense em um espetáculo de moda e arte. Com uma estética provocadora e visual escultural, a maison abre os trabalhos com uma coleção que flerta com o surreal, sem perder o toque de elegância. Ainda no primeiro dia, nomes como Iris van Herpen, Rahul Mishra e Giambattista Valli reforçam a diversidade de estilos que compõem o cenário atual da haute couture.
Modelos na passarela do desfile de Iris Van Herpen como parte da coleção de Alta Costura Outono/Inverno 2025 (Foto: reprodução/Thomas Samson/GettyImages Embed)
O desfile se destaca pela combinação de maestria artesanal e cenários cuidadosamente elaborados, que funcionam como extensões naturais das peças. Estruturas arquitetônicas iluminadas, projeções em tempo real e trilhas sonoras originais envolvem os convidados, criando uma atmosfera sensorial onde moda, arte e tecnologia se cruzam em perfeita harmonia.
A alta-costura vive um momento decisivo
Além da moda, a semana também marca um momento de virada nos bastidores das grandes casas. Glenn Martens estreia na direção criativa da Maison Margiela, enquanto Demna apresenta sua última coleção para a Balenciaga, antes de assumir novos rumos. Grandes nomes como Chanel, Elie Saab, Giorgio Armani e Zuhair Murad completam o line-up. O encerramento, por sua vez, fica com Kevin Germanier, cuja visão sustentável e estética ousada encerram o ciclo com frescor e personalidade.
Gustavo Silvestre, mestre do crochê e da arte manual, marca presença na colaboração ao lado de Kevin Germanier (Reprodução/Miguel Schincariol/GettyImages Embed)
O encerramento da Semana de Alta-Costura em Paris reserva um protagonismo brasileiro de peso. Kevin Germanier, pela sétima vez, une forças com Gustavo Silvestre para apresentar uma coleção que transcende o luxo tradicional. A fusão da ousadia do estilista suíço com a rica tradição artesanal do brasileiro, conhecido pelo impacto social de seu trabalho com crochê, dá origem a peças que impressionam pelo brilho, textura e um discurso ambiental forte. Mais que moda, essa parceria redefine o valor do feito à mão e abre caminho para uma alta-costura com propósito — e promete deixar marcas que vão muito além da passarela.
