Poucos personagens da literatura brasileira carregam uma imagem tão marcante quanto Tieta, protagonista do romance Tieta do Agreste (1977), de Jorge Amado. Imortalizada na televisão por Betty Faria e no cinema por Sônia Braga, Tieta ressurge agora como referência no desfile da marca Misci.
O desfile foi apresentado no dia 24 de abril de 2025, a marca apresentou sua coleção “Tieta” na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, homenageando a icônica personagem de Jorge Amado, Tieta do Agreste.
Estilo que rompe padrões
A personagem, interpretada na adaptação para a televisão por Betty Faria, era uma mulher que, ao invés de se adequar aos padrões da época, usava a moda como uma forma de afirmação de sua personalidade. Com roupas extravagantes, maquiagens marcantes e atitudes desafiadoras. Tieta quebrava barreiras ao mostrar que as mulheres podiam ser livres para escolher como se vestir e viver.


Ela não seguia os padrões de beleza impostos pela sociedade. Sua sensualidade estava no seu jeito de ser, na sua postura imponente e em como se destacava em um ambiente onde o conservadorismo era predominante. Seu estilo único e sua presença inspiraram uma revolução de autoestima e de autoconfiança. Ela mostrou, por meio de sua moda, que ser mulher era sinônimo de poder e de independência.
Entre ficção e lenda
Diz a lenda que Jorge Amado se inspirou em uma mulher real. E a mulher que o inspirou era uma cafetina chamada Antonieta, que conheceu em 1974 em Assis, no interior de São Paulo. Embora nunca confirmado, o boato alimenta ainda mais o mito em torno da figura de Tieta. Expulsa por ser “livre demais” e retornando anos depois com fama e poder, ela personifica a vingança contra o moralismo e os “bons costumes”.


O combo vermelho vibrante, animal print e acessórios extravagantes, não era apenas visual: era um posicionamento. Em plena era dos “bons costumes”, Tieta ousava ser ela mesma, sem pedir licença. Esse espírito livre reflete hoje nas tendências que celebram a autenticidade e o empoderamento feminino.