Projetos de moda brasileira são premiados na nova edição do Cannes Lion

Vitoria Raminelli Por Vitoria Raminelli
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Foto destaque: divulgação da bolsa antirracista (Foto: divulgação/reprodução/Vogue)

Na edição atual do Cannes Lion, o principal festival global de criatividade, a moda brasileira continua a se destacar com sua inovação e criatividade. Este ano, dois projetos de moda criados por brasileiros receberam reconhecimento especial: “Respeita meu Capelo” e a bolsa antirracista foram premiados por sua originalidade e impacto.

”Respeita meu Capelo’

O projeto foi idealizado pela Vult, tendo Gucci e a grife Dendezeiro de Hisan Silva e Pedro Batalha, participando do planejamento, deixando sua marca no Cannes Lions deste ano ao conquistar um Leão de Prata, além de um bronze na categoria Brand Exp & Activation. Este inovador projeto criou quatro modelos de capelos que celebram a diversidade dos cabelos, oferecendo opções para cabelos black, afro, cacheados e até para quem prefere usar turbantes.


Um dos designs do projeto Respeita meu Capelo (Foto: reprodução/Vogue)

Em entrevista para a Vogue, Hisan comentou sobre o novo projeto: Esse projeto chegou em nossas mãos no ano passado já em uma forma super emocionante. É um retrato da potência que a moda tem, e do que ela consegue fazer. Ela vai além do vestirSe o capelo existe há tanto tempo nas universidades, e é um item de vestimenta que não cabia em todas as pessoas, é porque aquele espaço não era pensado para todos. Esse projeto não foi feito apenas para que as pessoas consigam entrar nas faculdades e, sim, que elas consigam concluir os cursos e se sintam pertencentes,” refletiu Hisan.

Com o conceito de open source, permitindo que as medidas das criações estejam disponíveis para download no site da marca de cosméticos. Isso possibilita que o público em geral, e até outras marcas, possam fabricar os capelos, expandindo assim a presença dessas peças em formaturas ao redor do mundo, tornando essa iniciativa cada vez mais acessível e disseminada.

Bolsa antirracista

O projeto bolsa antirracista, também foi destaque e ganhou vários elogios. Desenvolvida pela agência Grey em colaboração com a Universidade Zumbi dos Palmares, como parte do programa Racismo Zero. O reconhecimento veio na forma de um Leão de Prata na categoria Luxury & Lifestyle, que fez sua estreia marcante no festival deste ano. A bolsa, criada sob a direção dos talentosos estilistas Naya Violeta e Felipe Borges, não só capturou os olhares pelo seu design exuberante, mas também pelo impacto cultural e social que representa.


Detalhes da bolsa antirracista (Foto: reprodução/Vogue)

“As pessoas pretas, principalmente mulheres, são humilhadas em lojas diariamente, tendo que abrir suas bolsas, sendo revistadas sob acusações de furto, muitas vezes falsas. A ideia da bolsa antirracista surgiu para que, quando a bolsa for revistada por seguranças, fosse possível encontrar um texto e QR Code para fazer a denúncia Lei 14.532/2023, que prevê 2 a 5 anos de prisão e multa para quem cometer crimes de racismo ou injúria racial.”

Foi o que explicou o publicitário George Benson, que trabalhou no desenvolvimento de influência e repercussão do projeto.

Redatora de moda e cultura
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