Schiaparelli abre a semana de alta-costura em Paris com desfile dramático

Bianca P. Athaide Por Bianca P. Athaide
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Foto destaque: Look de abertura do desfile, ornamentado com penas, para a coleção "A Fênix", da Schiaparelli, na Semana de Alta-Costura de Paris 2024 (reprodução/Instagram/@ffw)

A semana de alta-costura parisiense iniciou nesta segunda-feira (24) com o surrealismo da italiana Schiaparelli dando a largada. Em uma apresentação brilhante – tanto em criação artística, quanto em cenário, com a passarela à meia luz, ornamentada por holofotes e candelabros a moda antiga parisiense – a coleção denominada “The Phoenix” ( “A Fênix”, em tradução para o português) trouxe uma atitude diferente, mas não menos sublime, do esperado para grife. 


Espetáculo à meia luz protagonizado pela Schiaparelli (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

O desfile contou logo na sua abertura com uma explosão cintilante: um vestido que carrega o imaginário para a figura de uma fênix, com asas em prata abraçando o torso da modelo. A pegada por trás da presença marcante das referências a ave mitológica durante a criação é uma inspiração na fundadora da marca, Elsa Schiaparelli, que durante muitos anos usou uma estola de penas, em homenagem à bailarina conhecida por interpretar o clássico balé “O Lago dos Cisnes”, além da habilidade da fundadora e estilista de sempre se reinventar, durante sua história na indústria da moda, assim como uma fênix que sempre ressurge das cinzas. 

Surrealismo menos óbvio

Um dos desejos do diretor criativo da Schiaparelli, Daniel Roseberry, para essa coleção era atenuar o sentimento de surrealismo literal que banhava as coleções passadas da marca e fugir do perigo de cair em um ciclo repetitivo de criações estrondosas e gritantes. Com “A Fênix”, Roseberry se lança em novos ares de mudança.


Coleção “A Fênix”, da Schiaparelli, na Semana de Alta-Costura de Paris 2024 (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

As novidades começam já com a localização do desfile. Posteriormente, as apresentações da Schiaparelli eram marcadas pela luz natural, no famoso museu de belas artes em Paris Petit Palais, agora com tapetes pretos felpudos e uma nova aura sombria, o desfile ocorreu no porão do Hotel Solomon de Rothschild, invocando essa nova sensação de mistério desejada pelo diretor criativo.


Coleção “A Fênix”, da Schiaparelli, na Semana de Alta-Costura de Paris 2024 (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

A volta da atitude envolvente

As modelos entraram na passarela com suas cabeças envoltas em crepe transparente, sob pequenos feixes de luz, que construíram um “clima de adega”, nas palavras de Roseberry. Todas também receberam a instrução de olharem fixamente nos olhos dos presentes sentados na primeira fila, cativando, indiretamente, a atenção fixa de todos. “Eu queria que parecesse um balé surreal e hipersensual”, explicou Roseberry sobre a arquitetação do desfile.


Coleção “A Fênix”, da Schiaparelli, na Semana de Alta-Costura de Paris 2024 (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

O sexy, depois de tantos anos praticamente escondido no universo da moda, voltou através dos espartilhos e vestidos de seda lavada apresentados pela Schiaparelli neste primeiro dia da Semana de Alta-Costura. Os bordados prateados, a lã e os decotes profundos corroboram com a ideia de mistério e uma nova atitude menos sinuosa que Daniel Roseberry deseja para a marca. 

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