Anthony Vaccarello, diretor criativo da Saint Laurent, postou em sua conta pessoal do Instagram nesta semana uma campanha de 1983 assinada por Robert Mapplethorpe. Não foi surpresa perceber que a coleção masculina da marca, para o inverno de 2025, traria um toque de fetiche. Embora à primeira vista pareça comportada, a coleção revela camadas de simbolismo.
Fetichismo e Poder: A Coleção Masculina de Saint Laurent
Entre candelabros que lembram os salões da alta costura e a atmosfera de poder que se impõe, Vaccarello não hesitou em apresentar modelos usando botas equestres que subiam até as coxas, envernizadas, combinadas com blazers sérios e sofisticados. O contraste entre a sensualidade das botas e a rigidez dos blazers revela a tensão que permeia o desfile
A coleção, que remete à cena noturna de Paris e Nova York nos anos 1980, traz à tona o clima perverso que dominava os clubes secretos da época, onde os yuppies viviam suas vidas duplas, e que também parece ter influenciado a estética do desfile. É impossível não pensar que o filme Psicopata Americano (2000) também tenha influenciado o estilista ao criar uma coleção que reflete essa tensão entre aparência e identidade.
Entre o Mistério e o Excessivo: A Noite de Vaccarello
Após uma sequência mais leve de golas rulês coloridas, padrões xadrez e tons terrosos, o desfile retoma sua essência notívaga e enigmática. As botas, presentes em 57 looks, dominam a passarela, sendo quase uma assinatura visual do estilista.
No bloco final, o personagem criado por Vaccarello parece se camuflar na passarela, ou talvez esteja apenas voltando de uma noite intensa, como se estivesse retornando de um after cheio de excessos. Um enigma que nos deixa à mercê da imaginação, à espera da próxima interpretação dessa jornada visual provocativa.