A influenciadora e empresária Virginia Fonseca compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado Federal na última terça-feira (13), para prestar depoimento sobre o mercado de apostas on-line. Mas, além do conteúdo de suas falas, foi o visual escolhido para a ocasião que chamou atenção. Ao optar por um look aparentemente casual, Virginia demonstrou domínio de uma linguagem antiga, mas poderosa: a moda como ferramenta de comunicação.
De calça jeans, moletom preto com a estampa do rosto da filha Maria Flor e a frase “flo flo biuta” , expressão que foi viralizada nas redes sociais, óculos prateados e sua já conhecida garrafa rosa, a influenciadora construiu, peça por peça, uma imagem de afeto, simplicidade e identificação popular.
O visual escolhido transmite proximidade, delicadeza e inocência. A roupa além de ser um figurino trouxe uma forma de comunicação.

Moda como performance política
Com mais de 53 milhões de seguidores no Instagram e uma carreira moldada pela exposição da intimidade, Virginia reconhece a influência na mídia e a presença dela no Senado foi mais um capítulo de um reality show contínuo.
O uso do moletom com o rosto da filha não transmitiu apenas a afetividade de mãe, mas também humanizou a imagem da influenciadora no depoimento para os senadores.

Quando o look vira marketing
Essa performance não é nova no universo das celebridades, muito menos nos tribunais. Figuras como Kim Kardashian e A$AP Rocky já usaram o vestuário para projetar mensagens de poder, inocência ou vulnerabilidade.
O que poderia ser apenas um episódio de tensão institucional transforma-se em um conteúdo midiático, cuidadosamente roteirizado como parte de uma presença digital constante. As falas de Virginia não se dirigem apenas aos parlamentares, mas principalmente aos milhões que a acompanham nas redes.
No cenário atual, tudo se converte em engajamento, e dentro da semiótica, até um moletom pode se tornar uma ferramenta estratégica.