Brasil prevê mais de 80 mil novos milionários em quatro anos

Beatriz Wicher Por Beatriz Wicher
3 min de leitura
Foto Destaque: Quanto mais milionários existem. maior é a desigualdade (Reprodução/Freepik)

O Brasil deve ver um crescimento significativo no número de milionários nos próximos quatro anos. De acordo com o Global Wealth Report 2024, elaborado pelo banco suíço UBS, o país terá um acréscimo de mais de 80 mil pessoas com patrimônio líquido igual ou superior a US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,43 milhões na cotação atual) até 2028. Atualmente, o país conta com aproximadamente 463,8 mil milionários, e esse número deverá aumentar em pouco mais de 20% no período projetado.

Esse crescimento se dá em um contexto de aumento expressivo da riqueza média em reais por adulto, que cresceu 375% desde a crise financeira global de 2008. Contudo, esse cenário de aumento de riqueza é acompanhado por um preocupante aumento na concentração de renda. O relatório aponta que o Brasil está em terceiro lugar no ranking de maior desigualdade entre 56 países, ficando atrás apenas da Rússia e da África do Sul.


Brasil terá aumento significativo de milionários (Foto: Reprodução/Freepik)

Desigualdade econômica e impactos globais

O relatório do UBS destaca que, embora os rendimentos globais tenham registrado queda nos últimos 16 anos, houve uma recuperação significativa em 2023, superando as perdas anteriores. Essa recuperação foi impulsionada pela valorização do dólar e pelos ganhos obtidos na Europa, Oriente Médio e África.

No entanto, essa recuperação econômica não tem sido sentida de maneira uniforme. Muitas pessoas podem não perceber as mudanças ou sentir que passaram despercebidas, principalmente devido à alta desigualdade. Essa questão tem aumentado em mercados em rápido crescimento como o Brasil, enquanto tem diminuído em diversas economias desenvolvidas e maduras, como os Estados Unidos, que registraram o maior número de milionários em 2023.

Perspectivas futuras

A tendência de aumento da desigualdade na região é preocupante, pois afeta a percepção das pessoas sobre o crescimento econômico e pode levar a uma sensação de estagnação ou até mesmo de retrocesso para grande parte da população. Isso ressalta a necessidade de políticas econômicas que promovam uma distribuição de renda mais equilibrada, garantindo que os benefícios do crescimento econômico sejam mais amplamente compartilhados.

Em suma, o aumento no número de milionários no Brasil, conforme previsto pelo UBS, reflete um crescimento econômico que não está sendo igualmente distribuído, destacando a crescente desigualdade no país.

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