Na última quarta-feira (6), a principal analista e pesquisadora do mercado de cannabis, a BDS Analytics, divulgou as suas previsões para os próximos cinco anos da indústria global. Entre as várias projeções dadas, uma das principais é a de que o mercado legal mundial deverá atingir US$ 58 bilhões (R$ 290 bilhões) em vendas no ano de 2028, em geral por causa do aumento do consumo nos Estados Unidos.
“Atualmente, os mercados de uso adulto nos EUA representam aproximadamente 56% das vendas globais totais de cannabis e estão preparados para reivindicar uma parcela ainda maior nos próximos anos, à medida que os mercados médicos dos EUA se contraem,” afirmou o CEO da BDSA, Roy Bingham.
As projeções da BDSA foram feitas com base nos dados de 2023, que avaliaram um total de US$ 36 bilhões, sendo US$ 29.5 bilhões somente nos Estados Unidos. No país, vários estados têm legalizado a droga para uso medicinal e recreativo, desde o ano de 2012 com a iniciativa de Washington, e hoje 18 das 50 unidades federativas possuem a maconha legalizada.
Nos Estados Unidos
“A indústria de cannabis é incrivelmente dinâmica, com cada mercado enfrentando mudanças regulatórias e pressões industriais únicas,” disse Roy Bingham. “Olhando para 2028, os estados dos Estados Unidos que estão emergindo no consumo, especialmente aqueles na Costa Leste e no Centro-Oeste, devem contribuir com o aumento mais significativo para as vendas totais nos EUA e globais.”
Entre os estados onde o consumo tem aumentado de modo significante, estão:
- Connecticut;
- Maryland;
- Nova Jersey;
- Nova York;
- Illinois.
Embora Nova York tenha adotado o seu modelo atual apenas em 2021 com a assinatura do governador Andrew M. Cuomo, o crescimento rápido da indústria no estado levou a estimativas ainda mais otimistas do que as da BDSA. Há dois anos, a consultoria Grand View Research (GVR), por exemplo, estimou que o mercado de maconha superaria o de tabaco na cidade em 2025, e que o mercado global chegasse ao valor de US$ 100 bilhões em 2030.
No Mundo
Em outros mercados, excluindo os Estados Unidos e o Canadá, o crescimento de vendas legais deve ser mais moderado, de acordo com as projeções.
No Brasil, ainda está sendo disputado em pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) a descriminalização do porte da maconha para uso próprio, uma discussão que foi iniciada há quase uma década, em 2015 no plenário. Em situações similares, a maior parte dos países do mundo consideram a cannabis como uma droga criminal, impedindo o crescimento do seu mercado legal.