Alta taxa da Selic afugenta investidores e retarda crescimento do Ibovespa

Rafael Casemiro Por Rafael Casemiro
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Os altos juros que marcaram os últimos meses prejudicam o desenvolvimento do mercado de capitais do Brasil, desacelerando o apetite das empresas em captar dinheiro na bolsa, além de afugentar investidores de renda variável.

Em contrapartida, aportes em renda fixa, aqueles que rendem mais com a Selic alta, tendem a se beneficiar com a contribuição monetária.

Desde agosto de 2022, o Copom (Comite de política Monetária) do Banco Central segura a taxa de juros em 13,75% ao ano. Apesar disso, o aumento da taxa de juros começou em março de 2021, na ocasião, a taxa subiu de 2% para 2,75% a.a.

“Juros altos significam aperto econômico quando uma economia está com as taxas de inflação além da meta. O poder de compra fica comprimido, pois o governo quer desacelerar essa economia que pode estar com algum desequilíbrio. Esses juros no alto tendem a frear o consumo, então o PIB projetado tende a ser menor”, explicou Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante.

Apesar de o presidente Lula (PT) colocar pressão sobre o Banco Central para uma redução, especialistas acreditam que a taxa Selic permanecerá no patamar atual, com 13,75% ao ano. Nesta terça-feira (20), se iniciará a reunião do colegiado do Banco Central. A decisão tomada pelo grupo será divulgada na quarta-feira (21).

A expectativa de especialistas é que os cortes nas taxas de juros só comecem na próxima reunião, que está marcada para os dias 1 e 2 de agosto.

Um levantamento realizado pela TC Economática mostrou que a valorização do Ibovespa, índice acionário brasileiro principal, é prejudicado com as altas taxas da Selic pois afugenta os investidores.


Gráfico que mostra valores da taxa de juros desde 2000.  (Foto: Reprodução/Recieri.com)


Na última vez que a taxa Selic teve um período de baixa, de julho de 2015 até agosto de 2020, a Selic caiu de 14,75% para 2%. Neste período o Ibovespa apresentou crescimento de 104%.

Foto destaque: B³ em São Paulo. Reprodução: Ibovespa/Valor Econômico

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