Aprenda a receita do CDB e como saborear seu cardápio de investimentos

Pablo Alves Por Pablo Alves
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É inegável que os investidores brasileiros têm passado por momentos delicados nos últimos meses, para não falar anos. É bem verdade que a guerra na Ucrânia piorou uma situação que já era ruim, pois as seguidas altas da inflação, e os aumentos sucessivos do Banco Central deu mais volatilidade ao mercado e por isso os investimentos em renda fixa aparecem como os mais atraentes, dentre os principais, os CDBs são ótima opção.

Os títulos de renda fixa emitidos pelos bancos com a finalidade de captação financeira para financiar as suas atividades são conhecidos como CDBs, ou, Certificados de Depósitos Bancário. Ao negociar o empréstimo dos valores, a instituição financeira garante que devolve ao investidor toda quantia aplicada atrelada ao juro que foi acordado no momento em que fecharam a aplicação.

Funciona com a mesma forma do Tesouro Direto, onde um empréstimo junto ao governo é realizado para execução de politicas publicas, e das debêntures, conhecidas como concessões de recursos para empresas realizarem grandes projetos.

Victor Zucchi, especialista em Renda Fixa da Valor Investimentos, afirma, “Neste ano, vimos um aumento exponencial na procura por CDBs, muito especialmente os de curto prazo”.


o que são os CDBs e quais opções de investimentos. (Foto: Reprodução/InvestidorSardinhaR7).


 

A vantagem dos CDBs:

A principal vantagem dos produtos de renda fixa que atraem os investidores é a previsibilidade que a aplicação permite. Isso acontece porque a rentabilidade é determinada na hora do fechamento do negócio. Essa característica faz dos CDBs mais atrativos que o Tesouro Direto por terem maior lucratividade, e os riscos são menores que as debêntures.

O CDBs também gozam de mais credibilidade no mercado, isso porque eles são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que figura como um seguro devolvendo até R$ 250 mil do montante aplicado, caso a instituição financeira entre em colapso. A garantia é determinada por instituição ou CPF, não pelo produto.

Apesar dos diferenciais atrativos, isso não garante o risco zero. Conduzir o investimento até o final acordado em contrato, o investidor vai receber o valor integral do título. Agora, se resolver fazer o resgate antes do vencimento acordado, a venda do papel será feita com o valor da marcação a mercado, ficando vulnerável a outros fatores, dentre eles, as taxas de juros praticadas no instante da venda.

 

Opções de CDBs:

São três as principais categorias de CDBs: prefixado, pós-fixado e aquele subordinado à inflação.

O prefixado permite ao investidor saber com exatidão o rendimento na hora da aquisição, pois a rendibilidade é medida a partir da taxa de juros no momento da aplicação. Os CDBs pós-fixados, tem seu rendimento variado de acordo com o indexador empregado, o mais utilizado é o Certificado de Depósito Interbancário (CDI).


É importante respeitar o tempo do investimento. (Foto: Reprodução/Exame).


Existem os CDBs que mesclam ambas as estruturas, os atrelados a inflação. Eles ofertam uma parte prefixada e outra pós-fixada de regresso. Tipo: variação da inflação mais 5% ao ano, medição feita pelo IPCA ou IGP-M.

Existem variações e versões de CDBs exclusivos oferecidos por algumas instituições financeiras, os CDB progressivo, nele a gratificação aumenta quanto mais tempo o dinheiro continua investido. Essa proposta contribui para que os investidores deixem seus recursos aplicados por mais tempo.

Na hora de decidir o tipo de CDB, o mais importante é saber qual é seu perfil como investidor. Para Victor Zucchi, “O tipo de CDB escolhido depende do perfil do investidor. Para os mais conservadores, recomenda-se um prazo mais curto e liquidez diária. Para o perfil moderado, médio prazo, e para o agressivo, o longo prazo, que chega a cinco anos”. Zucchi ainda acrescentou que quanto mais ousado for o temperamento, a necessidade de liquidez do bem será menor.

Os mais preocupados escolherão os CBDs híbridos porque protegem o patrimônio em longo prazo. Considerados mais estáveis são os pós-fixados, perfeitos para aqueles que preferem liquidez instantânea.

O importante para aplicar em CDBs é ter em mente o perfil o investidor que vai fazer a aplicação, depois abrir uma conta em uma corretora e é importante ter a mão uma reserva de pelo menos seis meses para eventuais despesas, isso ajuda a extinguir o risco de precisar liquidar a aplicação antes do vencimento.

 

Rendimentos do CDB:

A lucratividade vai apresentar a variação do tipo de investimento escolhido. João Beck, economista e sócio da BRA, esclarece a situação, “Instituições financeiras maiores e mais consolidadas têm risco mais baixo e, por isso, taxas também mais baixas. O rendimento dos CDBs aumenta com o risco, então bancos menores costumam oferecer taxas maiores”, conclui o economista.

Beck faz questão de salientar que a melhor escolha deve levar em conta fatores alem da rentabilidade. “É preciso avaliar o banco pelo grau de solvência (garantia que a empresa dispõe em ativos para pagamentos de dividas) e pelo relacionamento com o cliente, conhecido pela sigla C.R.M (customer relationship management), finaliza João Beck.


Entenda mais sobre a incidencia dos impostos nessa aplicação. (Foto: Reprodução/Globo).


 

Impostos incidentes sobre os CDBs:

Toda rentabilidade dos CBDs são declarados no imposto de renda. O valor do desconto percentual varia de acordo tabela regressiva: aplicação de longo prazo tem alíquota menor. Com 180 dias, essa alíquota é de 22,5%. Indo de 181 a 360 dias, e cai para 20%. Aplicações mais extensas a taxa desce para 17,5% até 270 dias e, superando isso, chega a 15%.  

Agora existe uma regra especial no caso do investidor fazer o resgate antes de 30 dias. Nesse caso, ele vai precisar desembolsar o valor do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras). Todos os impostos tem recolhimento automático através das corretoras.

 

É um investimento vantajoso?

Na hora da decisão de qual investimento vale a pena pra você é importante avaliar qual a finalidade do seu investimento, o tempo disponível e o quanto está disposto a arriscar na hora de aportar seu dinheiro.

João Beck lembra, “Os aumentos da taxa Selic pelo Copom (Comitê de Política Monetária) geralmente são precificados dias, até semanas antes do anuncio”, e conclui, “em períodos de volatilidade e medo, também é preciso ter cuidado para não pagar muito caro por CDBs”.

Atualmente com a alta dos juros, esse é um investimento que é favorecido. Victor Zucchi, afirma, “estamos vendo ativos de curto prazo rendendo tanto quanto os de longo prazo, ambos com taxas de até 1% ao mês. Isso não se via desde 2016. Pode ser um bom momento de aproveitar as taxas invertidas”, encerra.

 

Foto destaque: Reprodução/InfoMoney.

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