Banco Central deve encerrar maior ciclo da alta de juros desde 1999

Bruno Vasques Por Bruno Vasques
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Nesta quarta (22), o Comitê de Política Monetária (Copom) deve acabar o mais longo e intenso ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central. Essa é a expectativa majoritária do mercado financeiro, que espera a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75%. Em março de 2021, a taxa era 2%.

O ciclo mais longo desde a criação de metas de inflação, em 1999, foi entre março de 2021 e agosto de 2022, quando o BC elevou a taxa básica de juros.


Gráfico mostra aumento da taxa Selic (Foto: Reprodução/InfoMoney)

Os economistas esperam que a taxa Selic permaneça neste valor até junho de 2023, quando recuará para 13,50% ao ano. Para o fim do próximo ano, a projeção de juros é de 11,25%. Há a possibilidade, segundo alguns analistas, em um aumento nos juros para 14% ao ano.

Rafael Cardoso, economista-chefe da Daycoval Asset, acredita que há duas razões que a Copom não deve elevar os juros nesta semana: O BC já elevou muito a Selic e o que já foi feito deve ser suficiente para levar os índices de inflação para meta.         Na soma dessas coisas, o freio é muito forte. Os juros já estão num patamar bastante contracionista e quando a gente coloca isso na conta e vislumbra o horizonte relevante, parece que é o suficiente – afirmou.

Alguns economistas apontam que os juros começam a cair no terceiro trimestre do ano que vem. Outros conseguem ver o início de uma trajetória de baixa apenas nos últimos três meses de 2023.

Marcos Maciel, sócio e economista da Kairós Capital é um dos que veem a possibilidade de queda apenas no final do ano que vem e uma taxa menor que a do mercado, em 10,5%. O economista espera que o BC de um recado de “austeridade monetária” em 2023.

– O Banco Central vai tentar ser mais hawkish (duro contra a inflação) e vai colocar justamente um condicionante bem forte em dois pontos: como sempre, o fiscal e em segundo lugar o condicionante em cima das expectativas de inflação para 2024 – Disse

Uma possível interrupção da alta dos juros acontece em um cenário de desaceleração da inflação. Os preços dos combustíveis, devido ao corte de impostos sobre itens essenciais e à redução do preço internacional do petróleo, influenciam na deflação do país.

O Banco Central se baseia no sistema de inflação para definir o nível dos juros. Quando está alta, o BC eleva a Selic. Quando a estimativa está em linha com as metas, o Banco pode reduzir os juros básicos.

No momento, o BC está se ajustando a taxa Selic para tentar atingir a meta de inflação dos próximos anos, uma vez que demora 18 meses para as decisões sobre juros terem impacto na economia.

Foto destaque: Banco Central do Brasil (Foto: Divulgação)

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