Banco Central e CMN obrigam bancos a oferecer educação financeira

Pedro Carvalho Por Pedro Carvalho
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A resolução publicada nesta terça-feira (26) pelas autoridades monetárias determina que as instituições bancárias e de pagamento promovam ações educativas aos clientes a partir de 1 de julho de 2024. Os programas devem contribuir com a organização e o planejamento do orçamento pessoal e familiar; com a formação de poupança e uma resiliência financeira; e com a prevenção de inadimplência de operações e do superendividamento.

Ainda segundo o BC, as instituições têm o dever de garantir o amplo acesso a essas iniciativas e compartilhar conteúdos e ferramentas, “em linguagem, canal e momento mais adequados frente às características e às necessidades de educação monetária dos clientes e usuários, considerando o perfil do público-alvo”. Além disso, deverão criar formas de acompanhamento e controle para assegurar o cumprimento e a efetividade da nova regra, indicando ao Banco Central um diretor responsável pela implementação das ações.

Mudança importante

De acordo com especialistas, essa medida é fundamental para a democratização da educação monetária. Perguntada pelo G1, Carla Beni, economista e professora do MBA da FGV, acredita em um grande impacto para a saúde financeira das pessoas físicas e jurídicas.


O economista Roberto Campos Neto é o atual presidente do Banco Central (Foto: reprodução/InfoMoney)


Aumento dos débitos

Mesmo com a criação do Desenrola Brasil, do governo federal, o número de cidadãos inadimplentes “com nome sujo” cresceu de junho para novembro. A iniciativa tem o objetivo de “limpar o nome” de devedores e reativar o consumo das famílias. Entretanto, houve um aumento de 0,5% dos CPFs negativados entre o primeiro mês das renegociações, em julho (71,41 milhões), e o final de novembro (71,8 milhões). As dívidas sem pagamento com as financeiras também aumentaram, de 40 para 44 milhões, assim como as dívidas negativadas no país: de 265,3 milhões em junho para 269,8 milhões no final de novembro.

Ao Brasil de Fato, o economista Miguel de Oliveira, diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) , disse que a situação geral da economia não é nada favorável para a queda dos inadimplentes. De acordo com o especialista, pelos dados econômicos e de emprego, é possível que algumas pessoas “limpem o nome”, mas ao mesmo tempo, outras novas pessoas se endividam. 

Foto Destaque: o BC contribui para a estabilidade do sistema financeiro e do poder de compra da moeda nacional (Reprodução/Onze)

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