Mesmo com um número bem alto de habitantes, o Brasil ainda precisa crescer no consumo de streaming de aúdios. E essa é uma das apostas de Paulo Junqueiro, CEO da Sony Music no Brasil, sobre os próximos anos no mercado de música no País. Segundo ele, será marcada pela maior penetração do consumo digital, o que talvez dobre os números de usuários nas plataformas.
Paulo ainda diz que o streaming foi responsável por dar uma nova vida a uma indústria que foi golpeada pela pirataria. Em entrevista à Forbes Brasil, Paulo explica como tem sido os processos de digitalizações da gravadora. Exemplificando o uso dos dados e Business Intelligence na parte de identificar novos talentos e reforçar a importância de métodos ágeis no atual momento de integração no ecossistema.
“Vivemos um contexto mais dinâmico e com maior velocidade, porém, repleto de oportunidades”, destaca ele, que sinalizou, inclusive, o processo de interação de algumas empresas no Grupo Sony. “Está em curso um projeto chamado One Sony cujo o objetivo é aproximar cada uma das nossas divisões. É a Sony Music mais próxima da Sony Publishing, da Sony Games e da Sony Pictures”, explica ele. Paulo também ilustra um projeto recente que envolveu essas aproximações. “A Sony Picture foi responsável por negociar com a Globoplay o especial da Adele, que é nossa artista”.
Adele (Foto: Reprodução/Instagram)
O pepel do streaming para toda a indústria:
“O streaming trouxe várias mudanças radicais. Pensa que no Brasil nós nem chegamos a ter indústria do download, ela não se desenvolveu por uma série de barreiras. Se você dissesse, há vinte anos, que hoje alugaríamos música pela internet, eu diria que não faz menor sentido. Mas o que o streaming fez foi dar um novo ritmo a nossa indústria. Ao criar o Spotify, os fundadores viram que eles tinham a tecnologia e nós tínhamos o talento, foi uma junção muito importante. Hoje, você tem acesso a música em qualquer lugar e paga por aquilo que consome”.
Dados no BI na descoberta de talentos:
“Um outro movimento trazido pelo streaming foram os dados. Antes, você não sabia de onde estava sendo consumida sua música. Hoje, tem em detalhes se a pessoa está no carro ou em casa. Todos esses dados nos ajudam, por meio da área de Business Intelligence, a absorver, digerir e entregar para o artista uma informação estratégica. Essa nossa área se conceta com uma outra disciplina aqui chamada de Artistas e Repertórios, AIR, que tem como premissa encontrar novos talentos. Temos um exemplo muito interessante em casa que foi Os Barões da Pisadinha. Descobrimos que a música deles estavam aparecendo no Top 50 mil e tinha ali um universo representativo de pessoas ouvindo, isso fez com que apostássemos e virou o sucesso que virou”.