Ontem (5), a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais a Rússia), decidiu reduzir a produção de petróleo em dois milhões de barris por dia, a maior redução desde abril de 2020, e tiveram dois efeitos. Um desses foi imediato sobre os preços da commodity. Após o anúncio, que confirmou o pessimismo do mercado, o preço do petróleo voltou a ser US$93 por barril.
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O segundo efeito, a mais longo prazo, foi sobre os juros americanos. Ontem, a taxa dos títulos do Tesouro americano de dois anos, que são mais sensíveis à decisão política monetária, subiu sete pontos-base para 4,171% ao ano. A taxa dos títulos de 10 anos, que são referência no mercado, subiu mais ainda. Teve um avanço de 16 pontos-base, para 3,779 ao ano.
Os juros dos papéis longos permanecem abaixo das taxas dos títulos mais curtos. Esse fenômeno, é mais conhecido como inversão da curva de juros, mostra que o mercado financeiro está prevendo uma inflação mais elevada no curto prazo.
Juros e inflação
Desde março deste ano, o banco central americano (Fed), vem elevando os juros para conter a inflação. A escassez de mão de obra e os preços elevados dos combustíveis, vem pressionando os índices de preços nos Estados Unidos.
O mercado de trabalho estadunidense segue apertado, a expectativa é que mais americanos voltem a procurar empregos, após terem se aposentado ou tentado novas carreiras.
Impactos no mercado
Os juros altos nos Estados Unidos afetam todo o mercado financeiro. Eles elevam a rentabilidade dos títulos de renda fixa americanos, tanto privados quanto públicos. Assim tendo uma piora no desempenho das empresas e derruba os preços das ações. Tornando também o ambiente mais adverso para empreendedores, sejam com a economia tradicional ou startups tecnológicas.
Foto Destaque: Barris de petróleo no porto. Reprodução/Click Macaé