Defasagem no preço da gasolina no Brasil é a maior dos últimos meses

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No primeiro semestre de 2023, o preço do petróleo voltou para casa dos US$ 80, colocando em dúvida a recente política de preços da Petrobras. A gasolina distribuída pela companhia já acumula uma defasagem média de 24%, é a maior diferença em 14 meses após a nova política de preços. Essa defasagem significa que a Petrobras precisaria aumentar o litro da gasolina em R$ 0,77 para se equiparar ao mercado internacional.

Prejuízo na Petrobras caso não suba os preços

Caso a Petrobras decida não alterar os preços dos combustíveis aos consumidores, a Petrobras irá arcar com um prejuízo por optar em abandonar a Política de Paridade de Importação (PPI).


A Petrobras abandonou a política de paridade de importação em 2023. (Foto: reprodução/petrosolgas)


Segundo o sócio fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Bruno Pascon, a Petrobras será obrigada a recorrer à importação de combustíveis se ela não tiver mais espaço para aumento da utilização do refino. Porém, se a companhia decidir pela importação sem reajustar os preços ao consumidor, a Petrobras pode ficar no prejuízo devido à defasagem em relação à cotação do mercado internacional.

Vale destacar que a Petrobras optou em deixar de utilizar a sua PPI em maio deste ano. A nova estratégia comercial usa referências de mercado como: o custo alternativo do cliente, como valor a ser decidido na precificação, e o valor bruto para a Petrobras.

Queda do PPI e redução no combustível

O PPI estava em vigor até 2016 e alinhava o valor do combustível cobrado no Brasil com às cotações do exterior. Com o fim do PPI, a promessa era que o fim da paridade faria os preços das bombas baixarem.

O aumento da defasagem preocupa os investidores da Petrobras, que viram o preço das ações ter queda de R$ 31,10 para R$ 29,76 na última semana, por conta dessas incertezas na condução da nova política na contramão do preço do petróleo no exterior. 

Além do aumento da defasagem, os investidores também vem se mostrando preocupados com os rumos que a Petrobras está tomando após a revisão do plano estratégico de investimentos, que prevê aumento da capacidade de refino e mudanças na política de distribuição de quotas.

 

Foto Destaque: defasagem no preço da gasolina é a maior dos últimos meses. Divulgação/CNN Brasil

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