Dólar alcança novo pico desde março, superando R$ 5,15

Isadora de Oliveira Silva Por Isadora de Oliveira Silva
4 min de leitura

Em um cenário marcado por ajustes no mercado financeiro brasileiro, o dólar à vista conquistou uma valorização significativa nesta terça-feira (3), encerrando o dia acima da marca de R$ 5,15. Essa cotação representa o patamar mais elevado desde março, refletindo a ascensão das taxas dos títulos norte-americanos e o reforço das expectativas de que os Estados Unidos manterão juros elevados por um período prolongado, segundo a Forbes.

Alta de 1,74%

O encerramento do dia trouxe o dólar à vista cotado a R$ 5,1559 na venda, registrando um incremento de 1,74%. Essa cifra representa a cotação de fechamento mais alta desde 28 de março deste ano, quando atingiu R$ 5,1657.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento apresentou uma elevação de 1,73%, chegando a R$ 5,1725 às 17:27 (horário de Brasília). Esse movimento ascendente do dólar está intimamente relacionado às perspectivas de juros mais altos nos EUA desde o último encontro de política monetária do Federal Reserve, ocorrido em 20 de setembro.

Desde o mencionado encontro do Federal Reserve, o mercado de Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) tem se ajustado à perspectiva de que os juros nos Estados Unidos permanecerão elevados por um período mais prolongado. Esse ajuste tem contribuído para a valorização do dólar em âmbito global.

No contexto brasileiro, o dólar já estava em trajetória ascendente no início do dia, influenciado pelas movimentações no mercado internacional, onde a moeda norte-americana estava em alta contra a maioria das outras moedas, seguindo o desempenho dos Treasuries. Os rendimentos dos títulos dos EUA atingiram máximas de 16 anos, consolidando a perspectiva de taxas de juros elevadas nos EUA como medida para conter a inflação.


Útima atualização do preço do dólar. (Reprodução/Google finanças)


Reação do mercado brasileiro

Esses números reforçaram a expectativa de que os juros nos Estados Unidos permanecerão em ascensão, o que impulsionou o dólar frente ao real. Pouco antes da divulgação do relatório JOLTS (Job Openings and Labor Turnover Survey) às 10h57, a cotação do dólar à vista estava na mínima de R$ 5,0693, registrando um aumento de apenas 0,04%. No entanto, logo após a divulgação, às 11h01, a moeda subiu para perto dos R$ 5,10 e continuou sua trajetória de valorização ao longo do dia.

Com o dólar para novembro cotado a R$ 5,130, investidores que estavam posicionados para a desvalorização do dólar optaram por comprar moeda, ampliando a alta também no mercado à vista.

Diante desse cenário, o dólar à vista atingiu a máxima de R$ 5,1620 (+1,86%) às 16h39. Esses movimentos recentes, considerando a conjuntura atual, indicam que a cotação de R$ 5,00 para o dólar já ficou para trás em 2023.

No cenário internacional, o dólar manteve-se em alta em relação à maioria das outras moedas, embora o real tenha sido a moeda que mais perdeu valor, seguida pelo peso mexicano e pelo peso colombiano.

Às 17:27 (horário de Brasília), o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana em comparação com uma cesta de seis moedas, registrou um aumento de 0,01%, atingindo 107,020.

Foto destaque: Representação de dólar. (Reprodução/Pixabay por Kredite)

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