Estudo divulgado pelo Datafolha faz índice da Bolsa de Valores subir

Pablo Alves Por Pablo Alves
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No Brasil, o mercado financeiro, na quinta-feira (20), conseguiu fechar em alta e foi superior ao panorama internacional onde predominou contexto negativo. O índice Ibovespa, parâmetro da Bolsa  de Valores brasileira exibiu avanço de 0,77%, batendo 117.171 pontos.

Muito dessa elevação se deu por conta da valorização dos papeis das exportadoras de insumos metálicos e das companhias que tem participação no governo federal. As empresas governamentais ficaram nos primeiros lugares quando o assunto foi performance no Ibovespa. A número 1 em calibre de negociações durante a sessão foi a Petrobras, com avanço de 2,96%. Maior alta do dia foi do Banco do Brasil que teve um aumento de 4,68%.

Segundo analistas, essa alta foi beneficiada após investidores avaliarem a possibilidade do candidato  a reeleição Jair Bolsonaro (PL), que está mais de acordo com  a visão do mercado, sair vitorioso do pleito no segundo turno disputado com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nessa corrida eleitoral o candidato do PT ainda está na dianteira com 49% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem 45%. Com isso, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais e menos, os candidatos apresentam um empate técnico. Os votos indecisos tem 1%, os brancos e nulos podem ser o fiel da balança somando 4%.


Lula ou Bolsonaro e as expectativas do mercado quanto ao resultado das eleições. (Foto: Reprodução/APPhotos)


“O empate técnico das duas candidaturas é o que está trazendo esse ânimo para os ativos locais”, disse Fabio Guarda, sócio e gestor da Galapagos Capital. Em pesquisa realizada anteriormente, o candidato Lula apresentava 49% das intenções contra 44% de Bolsonaro.

“O mercado entendeu que existe agora uma maior probabilidade de Bolsonaro ganhar no segundo turno do que ele tinha, por exemplo, logo após o primeiro turno”, acentuou Filipe Villegas, estrategista de ações da genial Investimentos.     

O cenário chinês em relação a diminuição das restrições de combate a Covid contribuíram para esse efeito positivo na Bolsa brasileira, uma vez que companhias que produzem minério de ferro e aço, insumos com grande demanda no país comunista, figuraram na lista das mais valorizadas no dia. Usiminas, CSN e Vale tiveram altas respectivas de 2,9%, 3,96% e 1,28%.

Na China, os líderes que representam o governo debatem a redução da quarentena para pessoas de outros países que desembarcam no gigante asiático, informou noticiário da Bloomberg na quinta-feira (20). Agora, o estrangeiro que chega na China é obrigado a ficar sete dias isolado em um hotel, depois cumprir mais três em sua residência.

A explicação dada por Heitor de Nicola, especialista em Renda Variável da Acqua Vero, é de que qualquer abertura para melhorar a atividade econômica na China, mesmo ínfima, tem poder de fazer movimentos sólidos na Bolsa do Brasil, empurrados pela robusta influencia que a mineradora tem sobre o índice Ibovespa.

“A China importa 80% do minério de ferro comercializado e eles compram de quatro empresas, três australianas e uma brasileira, que no caso é a Vale”, afirmou Heitor Nicola.  

O valor do minério de ferro mostrou boa recuperação quinta-feira (20), depois de no dia anterior sofrer recuo que baixou o preço para casa dos US$ 90 por tonelada seca, que foi o menor preço em 12 meses.

As companhias dependentes dos consumidores internos, que espelham o que é esperado para a economia domestica, apresentaram desempenho negativo. Analistas deixaram claro que esse movimento expressa a preocupação do mercado interno relativa ao aumento dos gastos públicos por causa do comportamento dos concorrentes à presidência.

A previsão é de resultados negativos relacionados aos balanços do terceiro trimestre quando analisados o setor de comercio eletrônico, Americanas e Via despencaram respectivamente 13% e 7% durante a sessão.

“Os candidatos vem falando em aumento de salário, cortes de imposto e isso volta a alertar para a questão do risco fiscal, então, as empresas mais relacionadas coma economia domestica sofrem mais”, salientou Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos. 

Em Nova York o mercado financeiro fechou o dia em baixa. os Índices Dow Jones e Nasdaq quedaram 0,30% e 0,61%. O S&P 500 teve uma perda de 0,80%. 


A primeira-ministra britânica, Liz Truss, sai de cena antes do esperado e apressada após sucessão de equivocos, segundo especialistas. (Foto: Reprodução/LaRazón)


Reino Unido, Libra, Renúncia, Dólar e Real

Em comparação com a moeda americana, dia que o dólar mostrou célere retração mundial, o real conquistou sua maior alta entre as principais divisas do mundo. No câmbio brasileiro, o dólar encerrou o pregão em baixa de 1,08%, cotado a R$ 5,2180.

No Reino Unido, a libra esterlina, mostrou uma rápida melhora depois da renúncia da primeira-ministra britânica, Liz Truss, esse, segundo Villegas, da Genial Investimentos, pode ter contribuído para o enfraquecimento da divisa norte-americana na quinta (20).

O avanço da moeda do Reino Unido apresentou avanço de 0,54% no embate ante o dólar, e a cotação chegou a US$ 1,1231. No periodo em que a Grã-Bretanha foi gerida por Liz Truss, a divisa britânica chegou a baixas históricas diante do dólar, muito por conta da falta de confiança do mercado acarretada por um pacote de medidas econômicas do governo de Truss. Na comparação direta com o real, a moeda bretã terminou o dia desvalorizada, com 0,98%, no valor de R$ 5,8598. 

Foto destaque: Reprodução/InvestimentoseNoticias

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