Expectativa para 2022 é que Brasil aumente as vendas de carne suína para Rússia

Pablo Alves Por Pablo Alves
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O mercado de carne suína brasileira se organiza para 2022. Isso porque nos primeiros meses as exportações da proteína suína vão aumentar, mesmo com as limitações no ingresso ao país no período invernal da Rússia por conta dasbáguas congeladas atrapalharem a vida em diversos portos russos.

Uma das alternativas para os exportadores que conquistaram uma rodada de reabilitações de unidades frigoríficas pelo país russo, é entrar por São Petersburgo e suas águas, afirmou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) “Tenho certeza que vai aumentar o volume embarcado em janeiro e fevereiro… porque São Petersburgo não congela”, disse Ricardo Santin, presidente da associação.

Sob total sigilo e anonimato um grande executivo de uma das principais exportadoras de carnes do país afirmou à Reuters que tudo deve ter início durante o primeiro trimestre, mas o retorno positivo, só beneficiará a indústria a partir do primeiro semestre do próximo ano. No passado o mercado russo já foi o maior comprador de carne suína do brasil, em seguida uma decisão estratégica reduziu essas importações na aposta de uma produção local, agora a parceria é retomada.

“A Rússia conseguiu ter auto-suficiência neste setor por um período, mas agora tem vários fatores que a levam a buscar o mercado externo. A peste africana (PSA), aumento de custo de produção, e também aumento de consumo local”, afimou Santin.

Segundo alguns dados da associação, os brasileiros exportaram 259,41 mil toneladas de proteína suína para a Rússia no ano de 2017. Já durante janeiro e outubro de 2021 esse volume murchou e o Brasil só vendeu 3.827 toneladas.


Indústria da carne de porco temgrandes expectativas para o inicio de 2022. (Foto: Reprodução/ ForbesAgro).


Cotas

Os russos até 2020 tinham uma cota de importação de 430 mil toneladas de proteína suína de qualquer lugar do mundo com tarifa zero. No ano 2020 a cota foi aniquilada, com os russos estabelecendo uma tarifa de 25%, afirmou à Reuters o Ministério da Agricultura. Mas para felicidade da industria, a pasta disse na semana passada , que os russos anunciaram uma cota de 100 mil toneladas, com tarifa zero, e validade 1 de janeiro e 30 de junho de 2022.

“A tendência é que agora aumente novamente a exportação”, disse Santin, lembrando que não há exclusividade para o Brasil, mas sem dúvida poderá ser um dos maiores beneficiários. Considerando o preço médio atual das importações para a Rússia, a cota pode gerar exportações de mais de 200 milhões de dólares, pelas estimativas da associação.

César de Castro Alves, consultor de Agronegócios do Itaú BBA, frisou que não é descartada a possibilidade de o mercado brasileiro embarcar produtos além da cota, tudo vai depender da voracidade dos russos na hora das compras.

“Podemos ir além da cota, parece importante que eles estejam querendo parceiros para carne suína, isso é um sinal claro”, lembrou o consultor. O presidente da associação lembrou que os russos compram produtos similares à vendidos para China, por isso essa reaproximação é ótima para a indústria nacional.

Para Castro Alves, existe um efeito secundário que é a possibilidade do país ganhar espaço no mercado vietnamita, que até então era atendido pelo mercado russo, mas agora entre eles existe a lacuna em decorrência da PSA na Rússia.

 

Bovino

Já o segmento de proteína de boi, em novembro teve a reabilitação de três unidades, em comparação com os suínos que receberam nove, pode parecer não tão promissor. “Para a carne bovina eu sou um pouco mais cético, por conta da política que foi adotada na Rússia nos últimos anos, que desestimulou o consumo, então o potencial é menor para compras do que na carne de porco”, afirmou o consultor do Itaú.

Paulo Mustefaga, presidente da Associação Brasileira de Frigorífico (Abrafrigo), comentou que a nova aproximação com a Rússia é ainda mais importante, lembrando que China não estará participando dos negócios com o mercado brasileiro.

 

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Mas vale lembrar, faltou inteligibilidade no processo de reabilitação, tendo em vista que não é claro o critério utilizado para aprovação das unidades. “Muitas plantas estão à espera, aguardando a retomada de negociações do governo brasileiro com a Rússia para que plantas suspensas sejam habilitadas e novas habilitações sejam feitas… gostaríamos de ver esse processo sendo retomado para todos.”   

 

Foto: Reprodução/OPresenteRural

 

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