Funcionários palestinos do Google denunciam cultura de ódio da empresa

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Na quinta-feira (9), foi divulgada uma carta aberta por meio da plataforma Medium, na qual funcionários muçulmanos, palestinos, árabes e judeus anti-sionistas que trabalham no Google denunciam a cultura do ódio, do abuso e da retaliação que estão sendo submetidos em seu local de trabalho. Na carta anônima, os funcionários dizem que recebem críticas dentro da empresa se defendem os palestinos que estão na Faixa de Gaza e também aproveitaram o momento para escrever pedindo o fim do Projeto Nimbus, acordo que envolve 1,2 mil milhões de dólares para fornecer inteligência artificial e outras tecnologias aos militares israelitas.


A página principal do Google pesquisa.  (Foto: Reprodução/Google)


A denúncia

A carta exposta no perfil do “No Tech For Apartheid Campaign” (em português, Campanha Sem Tecnologia para o Apartheid) diz que os representantes do Google estão de braços cruzados, enquanto os palestinos têm sido publicamente chamados de “animais” nas plataformas oficiais de trabalho do Google. As criticas que o gerente da empresa fazem para os muçulmanos são acusações de apoio ao terrorismo como parte da sua religião e calúnias associadas contra o profeta Maomé.

De acordo com a carta, os funcionários foram chamados de “doentes” e de “causa perdida” por mostrarem empatia com os moradores da Faixa de Gaza, e os funcionários árabes e muçulmanos foram chamados publicamente para saberem se estão apoiando o Hamas. 

Outras situações de repressão e punição

Também foram citadas algumas situações em que houve abuso e cultura do ódio dentro da empresa, denunciando que os executivos e gerentes do Google têm “dois pesos e duas medidas” quando se trata de liberdade de expressão para funcionários israelenses, sendo o tratamento diferente para funcionários árabes, muçulmanos e palestinos. Além disso, quando mostram apoio aos palestinos que estão sofrendo com a guerra, os funcionários muçulmanos, árabes e palestinos são alvo de ameaças por parte dos Recursos Humanos, inclusive esses funcionários foram instruídos a não fazer comentários de apoio aos palestinos ou até mesmo de reconhecer a ocupação israelita sob o pretexto de serem “respeitosos no local de trabalho”.

 

Foto destaque: Ilustração da bandeira da Palestina e de Israel. (Reprodução/Freepik)

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