Futuro das fintechs: Philippe Heim compara com a bolha das Pontocom

Laura Azevedo Borin Por Laura Azevedo Borin
3 min de leitura

Após um período tumultuado que abalou as criptomoedas, os ativos digitais e a indústria de tecnologia como um todo, os investidores e reguladores adotaram uma postura mais cautelosa em relação às ambiciosas fintechs. O cenário que parecia radiante há um ano agora está nublado.

A implosão da FTX e de outras plataformas de criptomoedas em 2022 contribuiu para um aumento na desconfiança em relação às fintechs. Reguladores em todo o mundo começaram a adotar medidas mais rigorosas. Com cerca de 1,4 bilhão de pessoas desprovidas de contas bancárias e a dependência de sistemas de pagamento antiquados em economias desenvolvidas, a necessidade de inovação tecnológica nos serviços financeiros é indiscutível. No entanto, após um período de otimismo irracional, especulação e volatilidade do mercado, o futuro das fintechs agora se torna mais incerto.

Visão de Philippe Heim

Philippe Heim, CEO do La Banque Postale, compara o atual cenário das fintechs ao estouro da bolha das pontocom. Ele acredita que o setor está caminhando para um estado mais saudável após anos de supervalorização e regulação inadequada, que permitiram o surgimento de empreendimentos duvidosos, como Wirecard e FTX. No entanto, Heim enfatiza que não se deve subestimar o papel vital da tecnologia no futuro das finanças.


Philippe Heim, CEO do La Banque Postale. (Foto: Reprodução/ Les Rencontres Economiques)


Desafios e oportunidades

No contexto atual, as instituições bancárias tradicionais têm a chance de recuperar o terreno perdido ao investir nas áreas certas. As fintechs ganharam destaque oferecendo serviços centrados no cliente e melhorando a eficiência operacional. Com uma vasta base de clientes e expertise em gestão de riscos, as grandes instituições têm o potencial necessário para impulsionar o modelo bancário como um serviço, desde que abracem a digitalização de forma abrangente.

Tecnologia e inovação

No financiamento ao consumidor e nas transações bancárias, o desenvolvimento de APIs integráveis e a adoção de tecnologias emergentes, como o blockchain, podem abrir portas para serviços financeiros mais seguros e eficientes. No entanto, ainda não alcançamos esse estágio. Independentemente das condições de financiamento ou regulamentação, a inovação continuará sendo a palavra de ordem no setor financeiro.

Foto destaque: Ilustração sobre as Fintechs. Reprodução/Distrito

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