Guerra do Afeganistão custou trilhões aos EUA

Matheus Gonçalves Por Matheus Gonçalves
4 min de leitura

O Talibã varreu o Afeganistão em menos de um mês, com o Exército afegão de 300 mil homens praticamente sumindo em seu caminho. O presidente Ashraf Ghani, ao fugir para o Tajiquistão no fim de semana, admitiu em um comunicado que o Talibã havia vencido “com o julgamento de suas espadas e armas, e agora são responsáveis ​​pela honra, propriedade e autopreservação de seus compatriotas.”

E o que dizer da honra e propriedade dos antigos ocupantes do Afeganistão, os Estados Unidos da América? Desapareceu. Hoje, milhares de intérpretes e suas famílias aguardam vistos para os EUA, enquanto combatentes do Talibã desfilam triunfantes em tanques capturados e caminhões pagos pelo Tio Sam


 

Soldado descendo morro. Foto: pexels.com/pt-br/ 


Após o ataque da Al-Qaeda às Torres Gêmeas, em 2001, o governo dos Estados Unidos, em conjunto com outros países, invadiu o Afeganistão, dando início à chamada “Guerra ao Terror”. A ofensiva foi intensa e, em cerca de dois meses, o governo do Talibã havia sido deposto.

Ao longo das duas décadas seguintes, tropas estadunidenses se mantiveram na região, além de realizar incursões em outros países próximos, como Iraque (resultando na Guerra do Iraque), Síria e Iêmen. Apesar de ter gasto mais de 1,5 trilhão de dólares nestes conflitos, sendo mais de US$ 1 trilhão somente no Afeganistão, o governo dos Estados Unidos nunca conseguiu remover totalmente a influência do Talibã no país.

Até 2014, as tropas estadunidenses estavam envolvidas diretamente em combates com remanescentes do Talibã no Afeganistão. Em outubro daquele ano, porém, o papel do exército dos Estados Unidos se tornou de treinamento e apoio logístico às forças armadas do Afeganistão, reunidas em 2011.

A partir de então, o Talibã passou a se reorganizar para não apenas reagir em combate contra as tropas estadunidenses, voltando a usar táticas políticas e militares para se reerguer. Além da reestruturação das milícias, o Talibã passou a atuar no interior do Afeganistão, argumentando que a ocupação dos Estados Unidos e os governos de transição impediam que o nível de vida da população melhorasse.

https://lorena.r7.com/post/Banco-Central-anuncia-alta-na-atividade-economica-do-pais

https://lorena.r7.com/post/AgroGalaxy-consegue-atingir-R-1-bilhao-em-vendas-com-meios-digitais-e-mantem-foco-em-expansao

https://lorena.r7.com/post/Panico-nas-ruas-de-Cabul-Talibas-assumem-o-poder-no-Afeganistao 

Nos 20 anos desde 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos gastaram mais de US$ 2 trilhões na guerra do Afeganistão. Isso corresponde a US$ 300 milhões por dia, todos os dias, durante duas décadas. Ou US$ 50 mil para cada um dos 40 milhões de habitantes do Afeganistão. Em termos mais básicos, o Tio Sam gastou mais para manter o Talibã sob controle do que o patrimônio líquido de Jeff Bezos, Elon Musk, Bill Gates e os 30 bilionários mais ricos dos EUA juntos.

Esses números incluem US$ 800 bilhões em custos diretos de combate e US$ 85 bilhões para treinar o derrotado Exército afegão, que entrou em colapso desde o fechamento repentino da Base Aérea de Bagram pelo Pentágono no início de julho, que eliminou a promessa de apoio aéreo contra o avanço do grupo fundamentalista. Os contribuintes norte-americanos têm dado aos soldados afegãos US$ 750 milhões 

Foto destaque: pexels.com/pt-br/

 

 

Foto destaque: 

Deixe um comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

Sair da versão mobile