Apesar de uma postura mais hostil do Banco Central na política monetária e do ambiente externo relativamente calmo, a Inflação escalada está dificultando que o real tenha um desempenho melhor. “Por causa dessa inflação persistente ainda não colhemos os frutos do aumento do juros nominal“, disse Gustavo Menezes, gestor macro da AZ Quest com foco em câmbio. Os aumentos sucessivos da inflação elevam o risco de uma depreciação nominal do real para que se mantenha um equilíbrio na taxa real de câmbio.
O Brasil fechou 2020 com um juros real negativo em 2,5%. Com base no swap DIxPré 360 da B3 e o IPCA projetado em 12 meses na Focus, a projeção para um ano é que essa taxa volte a território positivo, na casa de 3,3%. A inflação rodando em 9% em 12 meses mantém os juros real em negativo, mesmo com o Banco central aumentando-os em ritmo mais intenso, o real perde ainda mais sua atratividade por conta destes aumentos sucessivos da inflação.
A Selic teve um aumento considerável neste ano, passou de 2% para 5,25%, já o IPCA saltou de 4,52% para quase 9% no período entre dezembro de 2020 e julho de 2021.
(Foto destaque: moedas em cenário conceitual. Reprodução/Freepik).
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“Vamos ter de esperar o BC continuar fazendo o seu trabalho bem-feito, engrossar o discurso de perseguir a meta. Isso (correção no juros real) vai acontecer em algum momento, e aí teremos o diferencial de juros jogando a favor da nossa moeda“, contou Gustavo Menezes.
Não deixando os barulhos políticos e fiscais passarem por cima dos fatos, Gustavo mantém seu posicionamento sobre o real em relação ao dólar.
“Recuperamos bem o diferencial de crescimento, os juros estão subindo e os termos de troca seguem bastante favoráveis.” Outras questões de barulho causam volatilidade e atrapalham, mas no médio prazo os fatos devem preponderar“, finalizou.
(Foto Destaque. Título da Matéria. Créditos da foto de capa)