A moeda turca, depois das baixas históricas de segunda-feira (22/11), conseguiu um leve respiro por causa dos anseios referentes ao corte de juros da semana pretérita, além dos silogismos concernentes à uma reforma dentro do gabinete do país. Informações constataram que a boa reputação da lira está difamada, afundando ainda mais no índice que mostra o patamar mais ínfero registrado em sua história.
Lira chegou a ser alienada pelo valor de U$$ 11,20 na segunda (22/11), diferente do fechamento de sexta-feira (19/11). Só em 2021 a moeda perdeu um terço do seu valor. Na sexta a baixa recorde adversa registrou U$$ 11,32, pela oitava sessão seguida a lira chegou a zonas abissais dentro da história
A herdeira do império otomano enfrenta uma crise sem precedentes em sua história. Nem Maome II teve tantos problemas quando derrubou as muralhas de constantinopla. Foto (Reprodução/Depositphotos)
O banco central turco, quinta-feira (18/11), pressionado pelo presidente Tayyip Erdogan, escalpelou a taxa de juros em 1 ponto percentual, 15% mesmo com a inflação se aproximando dos vinte por cento. O B.C. apontou que pode ocorrer uma folga no futuro.
Os custos dos empréstimos foram cortados pelo banco em 400 pontos na base de setembro. Isso para uma série de especialistas no assunto foi uma gafe gigantesca que se configurou em um risco desnecessário para a economia do país.
Na Turquia o consumidor não confia na moeda, prova disso é que o índice de dados oficiais que mede a convicção despencou 7,3%, 71 pontos, no mês de novembro, o anuncio foi feito ontem. Desde o inicio dos trabalhos desse indicador, 2004, os dados publicados nunca foram tão abaixo, isso mostra a queima desesperada da moeda turca.
Dólar tocando o céu, lira por baixo. O turco acredita existe luz no fim do túnel. E a popularidade do presidente só piora. Foto montagem (Reprodução/Exame/Hispanatolia/ANovaDemocracia/6Minutos)
Investidores não se sentem confortáveis. E essa sensação só piorou no final da ultima semana quando conjecturas realizadas por investidores e políticos aventavam a possibilidade do presidente Erdogan teria de substituir seu ministro das Finanças e Economia, Lutfi Elvan, haja vista não houvessem indícios reais sobre tal mudança.
A verdade é que todo esse turbilhão turco reflete no mundo, e a fuga de capitais da Turquia influencia até o preço do dólar aqui no Brasil. A moeda americana continua em velocidade máxima e registra nova alta de 1%, com o dólar à U$$ 5,6496, à vista.
Ontem, o presidente Tayyip Erdogan se pronunciou dizendo que uma política monetária com os juros mais altos não trará redução para a inflação e se comprometeu com o êxito de suas manobras pela independência econômica. Mesmo que para isso seja preciso derrubar a já combalida lira.
Erdogan afirmou que uma taxa com o cambio mais competitivo possibilita novos investimentos e consequentemente novos empregos em novos postos de trabalho. Para o presidente turco, o problema em relação a fragilidade da lira está atrelada aos desenfados das taxas de juros e de câmbio.