O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) declarou a falência da Livraria Cultura, uma das mais tradicionais redes de livrarias do país. O juiz Ralpho Waldo de Barros Monteiro Filho determinou que a empresa, que estava em recuperação judicial desde 2019, não estava cumprindo as obrigações acordadas com os credores, o que justificou a falência.
Na decisão, o juiz reconheceu a importância da Livraria Cultura para a sociedade e a economia, mas lamentou a situação financeira da empresa. Ele destacou que a falência é resultado de descumprimentos constantes das condições do acordo de recuperação, incluindo a falta de envio de documentos necessários e o não pagamento das parcelas dos honorários da administradora judicial.
Livraria Cultura tem falência decretada (Foto: Reprodução/Livraria Cultura)
A Livraria Cultura enfrentou dificuldades financeiras desde 2014, com a chegada de dispositivos de leitura e a popularização de serviços de venda de livros na internet, que corroeram as margens da empresa. Em 2017, a Livraria Cultura tentou alavancar suas operações ao adquirir o portal Estante Virtual e as atividades brasileiras da rede francesa Fnac, o que aumentou a dívida e trouxe novos problemas financeiros, incluindo a venda de eletrônicos.
A Livraria Cultura foi fundada por Eva Herz, uma imigrante alemã que chegou ao Brasil em 1938 para fugir do nazismo. Ela começou com um serviço de empréstimos de livros em 1947 e, em 1969, transferiu o controle da empresa para seu filho Pedro. A Livraria Cultura teve uma história longa e importante, sendo descrita como uma bela e eficiente “catedral de livros” por José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura.
Infelizmente, a história da Livraria Cultura chegou ao fim de uma maneira melancólica. Apesar de ter sido uma empresa importante e reconhecida por muitos, a falência foi inevitável devido às sucessivas dificuldades financeiras e descumprimentos do acordo de recuperação judicial.
Foto destaque: Livraria Cultura. Reprodução/UOL