Na última sexta-feira (03), morreu, aos 93 anos, o ex-diretor do Banco Nacional e financiador do Cinema Novo, José Luiz de Magalhães Lins. Casado com Maria do Carmo Nabuco de Magalhães Lins e pai de cinco filhos, Lins era sobrinho do político mineiro José de Magalhães Pinto, um ex-governador de Minas Gerais e ex-ministro das Relações Exteriores.
Além de banqueiro, mesmo que discretamente, Lins tinha uma forte atuação na política. Ele era dono de uma casa bancária, o Banco Nacional de Minas Gerais, função que deixou de exercer em 1972.
Devido à política agressiva de concessão de créditos e à adoção precoce de métodos modernos de gestão bancária, o banco fundado por Lins se tornou o segundo maior banco privado brasileiro nos anos 1970. Novidades como o crédito e o boleto bancário, além do cheque personalizado foram trazidas em primeira mão por Lins.
Mais tarde em 1995, o banco privado acabou sofrendo intervenção, consequência da má gestão dos sobrinhos de Lins que ficaram responsável pela administração logo após a sua saída da presidência do banco. Nesse período as agências do Banco Nacional foram transferidas para Unibanco, atual Itaú Unibanco.
Mesmo fora da presidência do seu próprio banco, Lins colecionou em seu currículo várias atividades no setor financeiro. Exerceu a presidência do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj) e atuou como conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
Lins não era influente somente no setor financeiro, ele também tinha facilidade na área política, inclusive entre políticos de diferentes tendências ideológicas. Além disso, tinha uma relação próxima com empresas do setor de comunicação. Em 1971, Lins ajudou o dono da rede globo, Roberto Marinho, dando aval em um empréstimo emergencial, sem o qual o empresário perderia o controle da emissora para uma rede americana.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Entusiasta das artes brasileiras, financiou diversas produções, entre elas, 'Vidas Secas', 'Meninos do Engenho', 'Deus e o Diabo na Terra do Sol' ====><a href=”https://t.co/boFOYYX01l”>https://t.co/boFOYYX01l</a> <a href=”https://twitter.com/hashtag/g1Rio?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw”>#g1Rio</a></p>— g1 Rio (@g1rio) <a href=”https://twitter.com/g1rio/status/1621616523742789634?ref_src=twsrc%5Etfw”>February 3, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Lins era um grande incentivador do cinema brasileiro. (Reprodução/Twitter)
Outro legado deixado por Lins, foi sua participação no financiamento do Cinema Novo. O incentivo do banqueiro fez com que vários filmes brasileiros fossem financiados com créditos concedidos a cineastas.
José Luiz de Magalhães Lins morreu aos 93 anos. Reprodução/Twitter