A artista plástica Frida Kahlo é celebre por seus autoretratos, retratos, obras inspiradas na cultura do México e na própria natureza. Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907, em Coyoacán, México. Ela expressava em sua pintura fatos autobiográficos que se misturavam com realismo e fantasia. A pintora revive em seu trabalho suas experiências de dor, tanto física, quanto emocional.
Frida não começou na pintura por acaso, ela já tinha afinidade com as artes desde a infância, mas antes, era uma estudante de medicina até que um acidente a impossibilitou de se mexer, interrompendo seu sonho acadêmico. Durante a recuperação, novamente a paixão pela arte reacendeu. A partir daí a pintura passou a ser sua grande companheira, ou melhor, voltou a ser, uma vez que na infância tinha muito interesse por arte.
A artista até chegou a se afiliar ao Partido Comunista Mexicano, em 1927, onde conheceu o amor e o tormento de sua vida, o renomado muralista mexicano Diego Rivera. Eles logo se casaram em 1929. Apesar do relacionamento conturbado, ele serviu de inspiração para algumas de suas obras de arte.
O mais curioso dessa história é que a artista comunista bateu o recorde de obra mais valiosa depois de 67 anos de sua morte, a artista faleceu em 1954, tendo sua obra vendida em um leilão na consagrada casa Sotheby`s, em Nova York, Estados Unidos, pela bagatela de U$$ 34,9 milhões (R$ 192 milhões).
Alguns momentos da vida de frida. (cima da dir./esq.) Sua ligação com a família , infância. (baixo dir./esq.) Na juventude, quando se declara comunista e pintando. Foto (Reprodução/DASartes/NatGeoPortugal/eBiografia/Arteref/G1)
Desde terça-feira (16/11), Frida Kahlo é a artista latino-americana que detém o título de obra de arte mais valiosa já leiloada. O comprador da pintura é Eduardo Constantine, fundador do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA). Mas não pense que você poderá ver o quadro em sua próxima viagem para Argentina. Pelo preço que pagou, Constantine, tem outros planos para a peça, e não é o museu, é seu acervo particular.
No momento do leilão o empresario não estava em Nova York. A participação do argentino aconteceu por telefone. Realmente o valor foi alto, a prova é o recorde que a artista superou se tornando a pintora latino-americana mais valiosa já leiloada, mas analistas do mercado de arte avaliavam que a pintura pudesse chegar ao preço de U$$ 50 milhões. Parece que o fundador do MALBA conseguiu uma pechincha.
Trinta e um anos atrás, 1990, foi a última vez que a obra da mexicano havia sido leiloada. Na época o comprador precisou desembolsar a quantia de U$$ 1,4 milhão. Nesse caso o tempo só fez bem para o trabalho de arte.
Para especialistas, obra “Diego y Yo”, deixa clara sua ligação e codependência emocional que tinham um pelo outro. Foto(Reprodução/GQ)
A sensibilidade de Frida Kahlo aflorava em seus trabalhos e o sofrimento de sua relação atribulada com Diego Rivera servia de inspiração. O quadro leiloado é um dos exemplos disso. Casaram-se em 1929 e a relação durou até a morte da artista, em 1954.
No ano de 1949 o casamento entre eles era confuso, em meio casos extraconjugais, separações, e outras obsessões do casal, Frida dá vida ao quadro “Diego y Yo”. Esse foi um dos seu últimos autoretratos, estilo que deu identidade a sua arte. O quadro foi pintado em um dos momentos mais difíceis dessa relação. Nesse período o muralista estava envolvido com uma atriz mexicana chamada Maria Félix.
A casa de leilão estabeleceu que a obra tem um “Poder Emocional Bruto” e captura “Uma Inquietação” e “Angústias Interiores”. Isso fica evidenciado nos detalhes das lágrimas que escorrem pelos olhos da artista enquanto a figura do pintor mexicano irrompe no meio de sua testa como que dominando sua mente.
Frida era conhecida por seus quadros coloridos e cheios de vida, ao contrário, nessa obra as cores tem características sombrias e marcantemente escuras, marrom e preto. Estudiosos em arte afirmam que Diego Rivera aparecendo como um terceiro olho entre suas famosas sobrancelhas mostram como ele atormentava os pensamentos da mexicana, que tentava se desligar dessa relação tóxica. A pintura também já esteve em outra coleção privada, a prova dessa história é uma dedicatória que diz: “Para Florence e Sam. Com carinho de Frida”.
O mercado de artes anda agitado. Na segunda-feira (15/11), um pedaço da coleção de arte de Harry Macklowe foi vendida por U$$ 676 milhões na casa Sotheby`s, em Nova York. Com duas horas de leilão, a casa ja havia registrado 35 obras modernas e contemporâneas vendidas. Artistas como Picasso, Giacometti, Warhol, Rothko e Koons estavam disponíveis.
Obras da artista, de cima para baixo (esq./dir.), “Meu Nascimento”, “Hospital Henry Ford”, “Autoretrato com Vestido de Veludo”, “Frida e Diego Rivera”, “O Abraço do Amor no Universo”, “O Veado Ferido”. Foto (Reprodução/CulturaGenial)
Nesse dia a casa de leilão bateu seu recorde de maior venda em apenas uma noite. o valor total chegou a U$$ 676 milhões, sem contar a segunda parte da coleção que será disponibilizada em 2022, no primeiro semestre. O valor da coleção completa pode ultrapassar o preço de compra da coleção Rockefeller, alienada em 2018 pelo quantia de U$$ 835 milhões.
Foto destaque (Reprodução/Arteref)
