O presidente do Banco Central Japonês, Kazuo Ueda, comentou que a possibilidade de atingir a meta de inflação estava “aumentando gradualmente”. Além disso, ele afirmou que mudanças nas políticas estão sendo consideradas para atingir de forma sustentável a meta de 2%.
Mudanças a vista
Kazuo comentou que, embora as empresas estejam atualmente considerando a possibilidade de aumentar salários e preços, a questão-chave é saber se o aumento nos salários também resultará em um aumento nos preços dos serviços. Ele também deu sinais mais claros do que o normal para acabar com a política monetária ultraflexível do Banco Central japonês. “Se o ciclo virtuoso entre salários e preços se intensificar e a probabilidade de atingirmos nossa meta de preços de forma sustentável e estável aumentar o suficiente, provavelmente consideraremos a possibilidade de mudar a política”, afirmou Ueda. Ele também afirmou que ainda não há uma decisão sobre o momento da mudança, principalmente devido às atuais incertezas sobre as evoluções econômicas no mercado.
“Examinaremos cuidadosamente a evolução econômica, bem como o comportamento de fixação de preços e salários das empresas e, assim, decidiremos sobre a política monetária futura de forma apropriada”, disse ele. No entanto, mesmo com as declarações de Ueda, o mercado ignorou suas palavras, com os rendimentos em queda enquanto o Banco Central realizava a operação regular de compra de títulos em toda a curva.
Presidente do Banco Central japonês falou sobre possiveis mudanças (Foto: reprodução/X/@Bank_of_Japan_e)
Inflação japonesa vem passando a meta a mais de um ano
Essas declarações ocorrem em um momento em que a inflação japonesa ultrapassa a meta há mais de um ano, levando alguns especialistas do mercado a esperar taxas de juros mais altas no próximo ano, com alguns prevendo um aumento já em janeiro.
O Japão, que vem enfrentando uma experiência prolongada com baixa inflação e crescimento estagnado dos salários, criou a percepção pública de que os preços e os salários permaneceriam em torno de zero, segundo Ueda. Ele argumenta que mudar essa percepção e criar um ciclo de aumento de salários e preços pode ser benéfico, proporcionando uma alocação mais eficiente de mão de obra, entre outras coisas.
Foto destaque: Presidente do BC japonês da declaração (Reprodução/X/@Bank_of_Japan_e)