Nesta sexta-feira (28), o Banco Central da Rússia manteve a taxa básica de juros do país em 7,5%. A medida encerra um período de agressivos cortes nos juros que haviam atingido 20% após a invasão à Ucrânia. Desde abril, foram seis cortes seguidos. Antes do conflito, a taxa estava em 9,5%. Há a expectativa de desaceleração da inflação, que deve fechar o ano entre 12% e 13%.
A meta 4% de inflação no ano não deve ser alcançada em 2022 nem 2023. Espera-se que para o ano que vem o número fique entre 5% e 7%. Em 2024, os 4% devem ser atingidos. Segundo o BC russo, a economia do país se apresentou mais forte no terceiro trimestre, o que indica um PIB (Produto Interno Bruto) com menor queda. A projeção é de cair entre 3% e 3,5%.
“O Banco da Rússia espera que a economia russa comece a crescer no segundo semestre de 2023. Em 2024 e 2025, o PIB crescerá por volta de 1,5 a 2,5% ao ano”, projeta a entidade.
Em setembro, o presidente Vladimir Putin anunciou uma mobilização parcial de reservistas para lutar na guerra contra a Ucrânia. Também nesta sexta, o país diz ter encerrado a medida.
Foto: Vladimir Putin. Reprodução/Getty Images
A inflação alta deve permanecer. Há um balanço entre forças inflacionárias e deflacionárias no curto prazo, Apesar disso, no médio prazo a expectativa é ruim em relação à perda de valor do rublo.
Devido às incertezas políticas e militares no país, as famílias tendem a manter dinheiro guardado. “O Banco da Rússia avalia que a mobilização parcial servirá como um impedimento à demanda do consumidor e à inflação no horizonte dos próximos meses. No entanto, seus efeitos subsequentes serão pró-inflacionários, pois aumenta as restrições do lado da oferta”. O maior risco inflacionário é a crise econômica global que pode atingir também a Rússia.
Foto destaque: Banco Central russo. Reprodução/Dimitar Dilkoff/AFP