No primeiro pregão, após notícia de rombo, o trio de acionistas da Americanas (AMER3) perdeu R$ 3,2 bilhões. O mais afetado foi Jorge Paulo Lemann, homem mais rico do Brasil, que perdeu aproximadamente R$ 1,5 bilhão.
Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles (Foto: Divulgação/Forbes)
A queda da Americanas teve início depois de instabilidades financeiras de R$ 20 bilhões, e ganhou mais um capítulo na sexta-feira (13/01), após a empresa ganhar na justiça uma proteção contra execução de dívidas.
Os acionistas de referência da Americanas, composta pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sugerem R$ 6 bilhões, porém os bancos querem R$ 10 bilhões.
Por outro lado, para a XP Investimentos nem um nem outro valor será suficiente para tampar o rombo da empresa. Pelos cálculos dos analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, o montante da oferta de ações deveria ser de R$ 12 bilhões a R$ 21 bilhões.
É improvável que as inconsistências contábeis prejudiquem a liquidez da Americanas, mas isso dependerá “de como meus colegas do banco responderão”, disse Rial, que anteriormente era chefe da unidade local do Banco Santander, em teleconferência com analistas.
Os banqueiros não planejam cortar as linhas de crédito imediatamente, segundo pessoas ligadas às negociações, mas provavelmente reduzirão os valores gradualmente, dependendo de como os principais acionistas responderão à crise.
A relação entre bancos credores e a Americanas piorou desde que a empresa entrou na Justiça na sexta e recebeu uma tutela de urgência que suspendeu por 30 dias o vencimento antecipado das dívidas da companhia.
Como forma de reação, os bancos agora querem derrubar a decisão, informa o Valor Econômico. De acordo com o Pipeline, também do Valor, o BTG Pactual (BPAC11) entrou com ação contra a medida, mas o desembargador de plantão, Luiz Roldão Filho, negou o pedido.
Segundo apurou o jornal, as instituições querem evitar a tutela porque diminui o poder de barganha para receber as dívidas da Americanas, que podem girar na casa dos R$ 40 bilhões. O movimento teria irritado os bancos, diz a reportagem.
Foto Destaque: Lojas Americanas. Reprodução/Trademap.