US$17 bilhões de títulos do Credit Suisse são desperdiçados após venda para grupo rival

Gustavo Rustom Por Gustavo Rustom
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O Credit Suisse, banco de investimentos localizado na Suíça, perdeu cerca de US$17,3 bilhões em títulos arriscados (também conhecidos como bonds). O prejuízo da empresa aconteceu logo após a venda do grupo para o USB, um dos seus concorrentes no setor. 

O fato é marcante para quem acompanha o ramo financeiro. A desvalorização dos títulos do Credit Suisse é a maior perda para o mercado europeu de AT1 de US$275 bilhões, superando o banco espanhol Popular SA, até então primeiro colocado, que teve US$1,35 bilhão comprometido em 2017. Na época, a organização contou com a ajuda do Banco Santander, que livrou a empresa de entrar em colapso. 


Presidente do conselho do Credit Suisse (à esquerda) apertando a mão do presidente do conselho da UBS (à direita). (Foto: Fabrice Cofrrini/AFP)


O cenário econômico do grupo não é animador, o que justifica a negociação com uma empresa rival. Os títulos de AT1 foram implementados no mercado europeu para lidar com essa situação, atuando como amortecedores para bancos que estão perto de quebrar. Eles substituem perdas permanentes das organizações e podem até serem transformados em capital dependendo da crise. A injeção de dinheiro permite a continuidade dos bancos no setor. 

A venda das suas ações para o grupo UBS serviu para amenizar a delicada situação financeira da empresa. De acordo com o Banco Nacional da Suíça (SNB, em inglês), o acordo foi finalizado em US$3,23 bilhões, com a inclusão de uma assistência de liquidez de US$108 bilhões, que será fornecida pelo SNB. Além disso, o UBS deve assumir uma dívida de US$5,4 bilhões do Credit Suisse. 

O negócio teve importante participação dos órgãos reguladores suíços, que temiam que a crise de confiança no Credit Suisse, exposta para a mídia na última semana,  abalasse o sistema financeiro local e internacional. Segundo o ministro de finanças do país, em entrevista para a agência de notícias Reuters, a falência de um banco renomado traria “consequências irreparáveis” para o mercado.

Foto destaque: Banco Credit Suisse (Stefan Wermuth/Bloomberg) 

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