O aumento substancial de patrimônio dos brasileiros têm sido puxado por uma evolução no preço dos imóveis. Segundo Luiz Antônio França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), uma alta de 12,5% nos preços praticados conforme aponta o indicador IGMI-R (Índice Geral de Preços do Mercado Imobiliário Residencial) da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) foi registrada nos últimos 12 meses.
Na cidade de São Paulo, o aumento foi maior, chegando ao patamar de 19,3%. Aplicando esse percentual sobre o valor patrimonial dos imóveis, a valorização chega a ser estimada em 1,5 trilhão de reais.
Para fora do Brasil o cenário também é positivo. No Reino Unido, por exemplo, foi publicado um estudo recente que aponta uma valorização anual que não era registrada desde 1950, chegando a 1,2 trilhão de dólares.
Em junho, a Bloomberg realizou também um estudo onde foi apurado que os índices foram elevados consideravelmente em outros países como Nova Zelândia, Canadá, Suécia, Dinamarca e Estados Unidos.
Um destaque positivo é que em cidades onde estava acontecendo um desaquecimento no mercado imobiliário, a valorização nos preços está em evidência novamente. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, o índice está em 10%. Existem fatores que contribuem para esse cenário, como uma combinação econômica em que os juros estão baixos, a taxa Selic chegando em 2% ao ano em 2020, mesmo que tenha tido uma elevação recente, ela ainda segue em baixo patamar histórico.
Luiz Antônio França. Presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias. (Foto: Reprodução/forum-incorpora.com.br)
Ao avaliarmos do ponto de vista do juro real (taxa menos inflação), os dados são mais evidentes. Com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegando a 9% ao ano, os juros reais estão em patamar negativo, chegando à marca de -3% ao mês.
Analisando a partir da perspetiva econômica, os ativos reais ganham cada dia mais força, afinal de contas, deixar o dinheiro aplicado em ativos indexados a Certificado de Depósito Interbancário (CDI) pode significar um rendimento abaixo do custo da inflação.
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Nesse sentido, o imóvel aparece como um investimento sólido, mais seguro, já que, aquele que está investindo, consiga se proteger dessa oscilação. A pandemia trouxe uma mudança social e de comportamento relevantes.
Mesmo que de forma parcial, a adoção do home office fez muitos repensarem e decidirem viver fora dos grandes centros urbanos, já que com esse método de trabalho é possível trabalhar de qualquer lugar. Para além dessa questão, outros perceberam que é possível viver em casas maiores mesmo que nos grandes centros, mas com uma configuração diferente em relação aos espaços.
Condomínios com áreas para coworking (espaço onde várias empresas e freelancers compartilham o mesmo ambiente de trabalho), estruturas de serviços mais abrangentes também se tornaram alvo de maior procura pelas famílias.
Pessoas que investiram em imóveis no Brasil entre os anos de 2010 e 2019, obtiveram um rendimento anual médio de 15,3% ao ano, levando em consideração tanto o ganho agregado através da valorização, quanto a receita vinda do aluguel, apontam estudos divulgados recentemente pela Abrain (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).
O retorno de 56% é superior ao CDI médio do período. Com a queda expressiva dos juros que aconteceu em 2020, a atração por investimentos em imóveis cresceu. A demanda é aquecida por um alto déficit de habitação que obriga a milhares de famílias a sair do aluguel e conquistar seu primeiro imóvel.
Quem pode ser beneficiado com essa questão é o setor da construção, que contribui de forma assertiva na geração de empregos e moradias. Outro é o investidor, que enxerga no imóvel um ativo seguro e de alta rentabilidade e longo prazo.
Foto destaque: Reprodução/Exame.com