Mercado em Alerta: Dólar Encosta nos R$ 6,00 e Ibovespa Cai com Nova Tensão entre EUA e China. O anúncio de um novo reajuste tarifário dos Estados Unidos sobre produtos chineses voltou a agitar os mercados globais nesta terça-feira (8). Em meio à escalada da guerra comercial entre as duas potências, o dólar disparou e encostou na marca simbólica dos R$ 6,00, enquanto o Ibovespa recuou, pressionado por gigantes como Petrobras e Vale.
Aumento do Dólar
Dólar em Alta: R$ 5,9985 no Fechamento. A moeda americana subiu 1,49% e encerrou o dia cotada a R$ 5,9985 o maior valor de fechamento desde 21 de janeiro. Nos últimos três pregões, o dólar acumulou alta de R$ 0,37, influenciado pelo aumento da tensão comercial entre EUA e China. No mês de abril, a valorização já chega a 5,11%.
Ibovespa em Queda: -1,32%
O principal índice da bolsa brasileira também sofreu. Apesar de ter conseguido se manter acima dos 123 mil pontos, o Ibovespa caiu 1,32%, fechando aos 123.931,89 pontos. O mercado foi impactado pela queda das commodities e o mau humor global.
Guerra Comercial: Trump Eleva Tarifas. O estopim da turbulência foi a decisão do governo de Donald Trump de aplicar tarifas de 104% sobre produtos chineses, válidas a partir desta quarta-feira (9). A medida foi uma resposta à manutenção da taxa de retaliação de 34% por parte da China sobre produtos americanos.
Em comunicado, a Casa Branca afirmou que cerca de 70 países demonstraram interesse em negociar seus regimes de importação. Segundo a porta-voz Karoline Leavitt, Trump “será incrivelmente gentil, se a China estender a mão mas fará o que for melhor para o povo americano.”

Repercussões Globais :Em Wall Street, o otimismo inicial foi embora com o avanço da tensão. O S&P 500 recuou 1,57%. Por aqui, o dólar chegou a cair no começo do dia, mas disparou ao longo da manhã, atingindo a máxima de R$ 6,0060 às 16h47. Segundo Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, o impacto no Brasil é inevitável: “O Brasil tem muitos negócios com a China. Quando acontece algum problema por lá, isso se reflete aqui.”
Em Alta: Medo no Ar O índice conhecido como o “termômetro do medo” de Wall Street chegou a ultrapassar os 60 pontos, sinalizando forte volatilidade e insegurança nos mercados, como destacou Gabriel Redivo, da Aware Investments.
Principais Quedas do DiaVale (VALE ON): -5,48% Com o minério de ferro caindo pelo terceiro dia consecutivo na China, a ação sofreu. O preço da tonelada caiu para o menor valor desde novembro de 2024.Petrobras (PETR4): -3,56% , A queda do petróleo no exterior e rumores sobre um possível corte nos preços do diesel pesaram sobre a estatal. Magazine Luiza (MGLU3): -13,41% A varejista foi rebaixada pelo Citi para “venda/alto risco”, em meio a um cenário macroeconômico desafiador e forte concorrência do Mercado Livre, que anunciou R$ 34 bilhões em investimentos no Brasil.
Minerva (BEEF3): -2,95% A empresa anunciou proposta de aumento de capital de até R$ 2 bilhões, com emissão de novas ações a preço com desconto, o que assustou o mercado.
Algumas Altas: CPFL Energia (CPFE3): +3,39% A ação chegou a bater máxima histórica, com a Aneel sinalizando apoio à incorporação de R$ 4,67 bilhões no reajuste tarifário da CPFL Paulista. Embraer (EMBR3): +0,82% . Apesar da tensão comercial, a empresa manteve confiança em seus planos e sinalizou que buscará alternativas para lidar com os novos desafios tarifários.