A economia dos Estados Unidos registrou queda de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, marcando o pior desempenho trimestral desde 2022. O resultado, divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo Departamento de Comércio, contrariou as expectativas do mercado, que previa uma alta de 0,3%.
Entre os principais fatores apontados para a retração estão as recentes mudanças na política comercial do presidente Donald Trump, que incluem a imposição de novas tarifas sobre produtos importados. As medidas, segundo analistas, afetaram o consumo — principal motor da economia americana — e aumentaram a incerteza entre empresas e consumidores.
Política Comercial do Trump
Logo após a divulgação dos dados, Trump tentou se distanciar da responsabilidade pelo fraco desempenho. “Tenho que começar dizendo que isso é com o Biden, não com o Trump”, declarou.
Apesar disso, o presidente reconheceu o impacto das tarifas nos preços e no padrão de consumo da população.
“Talvez as crianças tenham duas bonecas em vez de 30, e talvez essas duas custem alguns dólares a mais do que custariam normalmente”
Donald Trump
O consumo das famílias, que representa cerca de dois terços do PIB americano, foi diretamente afetado pelos temores em relação ao chamado “tarifaço”. A confiança do consumidor caiu ao menor nível desde a pandemia de Covid-19, contribuindo para a desaceleração econômica.


Aumento nas importações
Apesar da queda no consumo, as importações aumentaram significativamente no período. Antecipando-se às tarifas, empresas americanas aceleraram a compra de produtos estrangeiros, o que provocou um aumento de 41% nas importações e ampliou o déficit comercial do país.
Mesmo com os dados negativos, Trump voltou a defender as tarifas como parte de uma estratégia para fortalecer a economia dos EUA. Ele afirmou que pretende retomar negociações com o presidente da China, Xi Jinping, e destacou o enfraquecimento da indústria chinesa.
“Eles estão enfrentando enormes dificuldades porque suas fábricas não estão funcionando”
Donald Trump
Dados recentes indicam que a atividade industrial chinesa sofreu forte queda em abril. Muitas empresas anteciparam exportações antes da entrada em vigor das tarifas americanas, mas, com a nova taxação e a demanda interna mais fraca, houve redução no envio de produtos ao exterior.
Economistas alertam que, embora o desemprego permaneça baixo, os efeitos contínuos das tarifas podem levar a uma desaceleração mais profunda nos próximos meses, com riscos aumentados de recessão e desafios adicionais para o Federal Reserve na gestão da inflação e do crescimento econômico .